Os Boxers, German Pointers, Flat Coated Retrievers e West Highland White Terriers estão entre as raças com maior risco de desenvolverem insulinoma, um tipo raro de tumor neuroendócrino do pâncreas que secreta insulina.
A conclusão é fruto de uma nova investigação do Royal Veterinary College (RVC), em colaboração com a Universidade de Utrecht.
O estudo baseou.se em 2.250.741 cães sob cuidados veterinários primários no Reino Unido em 2019, tendo encontrado uma incidência anual de 0,003% de insulinoma em cães, o que é dez vezes maior do que a incidência anual relatada de insulinomas em humanos.
Segundo os investigadores, a análise é a primeira a identificar raças de cães com predisposição ao insulinoma, tendo identificado as seguintes as raças Boxer, Flat Coated Retriever, German Pointer, West Highland White Terrier, Dogue de Bordeaux e Vizsla Húngaro, como tendo 4,5 a 9,5 vezes mais probabilidade de desenvolver a doença, e Springer Spaniel Inglês, com 2,7 vezes mais probabilidades. O estudo também identificou uma associação entre a raça Terrier em geral e o diagnóstico de insulinoma.
Outros fatores de risco associados ao aumento da probabilidade de diagnóstico de insulinoma em cães incluíram: ser fêmea esterilizada, ter entre 9 e 15 anos, ter um peso corporal médio adulto de 20 a 30 kg, ter um peso corporal acima da média para o sexo/raça, ser uma raça predisposta ao desenvolvimento de cancro de paratireoide, cancro da tiroide ou ter predisposição para desenvolver ambos.
O insulinoma é o tumor mais comum do pâncreas em cães e humanos. Em ambas as espécies, os insulinomas libertam insulina de forma descontrolada, levando a níveis perigosamente baixos de glicose no sangue. A condição é, por norma, fatal, e, até o momento, tem existido uma compreensão limitada dos fatores determinantes desta doença.
No entanto, as semelhanças entre insulinomas malignos caninos e em humanos significam que investigações adicionais em cães podem também fornecer validação e informação adicional para os humanos, enfatiza o estudo.
“Embora seja um diagnóstico raro em cães a nível populacional, o insulinoma traz enormes impactos no bem-estar dos cães diagnosticados e dos seus tutores. Os tutores e os seus veterinários, têm agora o poder de usar esta informação e a tecnologia ao seu dispor como um sistema de alerta avançado que auxilie em obter um diagnóstico precoce e, portanto, melhores resultados”, Floryne Buishand, autora do artigo.