O medicamento LOY-001, desenvolvido pela empresa norte-americana Loyal, poderá chegar ao mercado em 2026. A medicação foi desenhada especificamente para cães adultos grandes, que geralmente vivem menos que os pequenos cães.
De acordo com a imprensa norte-americana, o LOY-001 interage com a hormona IGF-1, responsável pelo crescimento do tamanho e aceleração do envelhecimento em cães. Investigação anterior revelou que cães com níveis menores desta hormona possuem uma fragilidade reduzida e uma maior qualidade de vida. A IGF-1 tem níveis maiores em cães grandes.
A pesquisa da Loyal, que ainda não foi publicada, sugere que o LOY-001 reduz os níveis de IGF-1 em cães e que pode conter os aumentos de insulina relacionados ao envelhecimento.
O medicamento injetável está desenhado para ser administrado por médicos veterinários a cada três a seis meses. Até ao momento, o desconforto gastrointestinal ligeiro e temporário foi identificado como efeito secundário.
A FDA, entidade responsável pela aprovação do medicamento nos EUA, já sinalizou que a data mostra que o LOY-001 tem uma eficácia potencial, mas uma aprovação total requer finalizar ensaios clínicos em grande escala, assim como a revisão dos dados de produção e segurança.
Este não é o único medicamento em estudo com a mesma finalidade. Uma equipa de investigadores está a conduzir um ensaio clínico do rapamycin, medicamento que já mostrou ser capaz de estender a vida dos ratos de laboratório. A Loyal está também a recrutar cães para outro ensaio clínico para outro medicamento denominado LOY-002.
As investigações têm criado já alertas para o custo destes medicamentos que deverá rondar entre 40 e 70 euros por mês, mas também para questões éticas, uma vez que os cães não conseguem dar esse consentimento, inicialmente será difícil de comprovar a segurança e eficácia a longo prazo. Outra preocupação é que estes medicamentos estão a ser desenhados para cães saudáveis, o que altera o cálculo de risco-benefício.
A médica veterinária e especialista em ética veterinária na Universidade de Sydney, Anne Quain, em entrevista ao New York Times, questiona mesmo: “E se os animais viverem mais que os seus tutores?”. A especialista acredita que reformar as práticas de criação que resultaram em problemas que encurtam a vida dos cães e a expansão do acesso à saúde animal são alternativas melhores para prolongar a vida canina.