Um novo estudo concluiu que mais da metade dos gatos sofre complicações anestésicas durante a esterilização.
A investigação teve como objetivo identificar a incidência de complicações anestésicas perioperatórias comuns em gatos submetidos a anestesia para esterilização em três clínicas veterinárias no Reino Unido.
Foram incluídos dados de 1.019 gatos e os animais submetidos à esterilização foram selecionados como uma população aparentemente saudável, embora existissem algumas doenças clínicas felinas pré-existentes inerentes.
“Este estudo mostrou que complicações relacionadas com a anestesia foram frequentemente observadas no âmbito da realização de esterilizações, com complicações documentadas em 53,4% dos gatos analisados. As informações deste estudo podem ajudar a orientar a priorização da monitorização em anestesia felina”, concluíram os cientistas.
Os resultados do estudo revelaram que a mortalidade relacionada à anestesia foi de 1/1019 (0,10%). Nesse sentido, os investigadores destacam que “a única mortalidade foi no pós-operatório, consistente com o risco identificado em estudos anteriores”.
As complicações mais frequentes detetadas foram a hipotensão (22,6%), bradicardia (16,7%) e hipotermia (13,8%). Por outro lado, as complicações menos frequentes foram hipocapnia (12,7%), hipercapnia (8,7%), taquicardia (6,6%), apneia (3,1%), hipertermia (1,7%), hipertensão (1,4%), obstrução do tubo endotraqueal (1,1%), hipóxia (0,3%), recuperação indesejável (0,6%) e arritmia cardíaca (0,2%).
Segundo o estudo, os fatores associados ao aumento do risco de hipotensão foram a medicação pré-anestésica com acepromazina, maior dose máxima de isoflurano, maior duração da anestesia e menor peso corporal.
Os fatores associados a um risco aumentado de bradicardia foram medetomidina como medicação pré-anestésica, maior duração da anestesia e maior peso corporal.
As razões associadas a um risco aumentado de hipotermia foram uma dose máxima mais alta de isoflurano, uma maior duração da anestesia e menor peso corporal.
“A monitorização anestésica é de vital importância para a segurança do paciente, tanto na saúde humana quanto na veterinária. No entanto, há poucas evidências sobre quais variáveis são mais afetadas pela anestesia em gatos e, portanto, para onde se deve direcionar a vigilância”, explicam os investigadores.