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Investigação

Estudo reafirma que raça não tem grande efeito nos comportamentos dos cães

Um estudo que envolveu inquéritos a tutores de 18 385 cães e a sequenciação do genoma de 2 155 animais revelou que a raça é essencialmente inútil para prever alguns dos comportamentos dos cães.

A investigação, publicada na revista científica Science e divulgada pelo The New York Times, descobriu, por exemplo, que a raça não tem nenhum efeito percetível nas reações de um cão a algo que encontra que seja novo ou estranho.

 

Contra o estereótipo do pit bull como cão agressivo, este animal teve uma pontuação alta na sociabilidade humana. Já a ascendência do labrador retriever não pareceu ter qualquer correlação significativa no mesmo sentido.

Apesar disso, a autora do estudo, Elinor Karlsson, do Broad Institute and the University of Massachusetts Chan Medical School, nota que isto não significa que não existam diferenças entre raças. Se for adotado um border collie a probabilidade de este ser mais fácil de treinar e de se interessar por brinquedos “vai ser maior do que se adotares um cão de montanha dos Pirenéus “.

 

Em média, a raça representou apenas cerca de 9% das variações no comportamento de qualquer cão. E nenhum comportamento se restringia a qualquer raça, mesmo os uivos, embora o estudo descobriu que o comportamento estava mais fortemente associado a raças como huskies siberianos do que com outros cães.

No entanto, os investigadores também descobriram que os padrões de comportamento são fortemente herdados. Os comportamentos que estudaram tiveram uma heritabilidade de 25%, uma medida complexa que indica a influência dos genes, mas depende do grupo de animais estudados.

 

Dessa maneira, o estudo conclui que os comportamentos dos cães são fortemente herdados, mas que os genes que moldam se o seu cão é amigável, agressivo ou distante datam muito antes do século XIX, quando a maioria das raças modernas, como as reconhecidas pelo American Kennel Club, foram criadas. Desde então, a reprodução tem sido principalmente por razões de características físicas.

A médica veterinária, Cynthia Otto, diretora do Penn Vet Working Dog Center na Universidade da Pensilvânia e que não esteve envolvida no estudo, considera que este “faz todo o sentido”. “Acho que há traços comportamentais mais comuns em algumas raças do que noutras, mas a variação individual é muito alta dentro de uma raça.”

 
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