iStock O Eurogroup for Animals critica a proposta da Comissão Europeia (CE) em aplicar uma redução à proteção do lobo na Europa, afirmando que esta decisão, ao ser aprovada, “compromete seriamente os esforços de conservação da última década e prioriza a política sobre a ciência e os dados”.
Em dezembro de 2023, a CE publicou uma proposta para reduzir a proteção dos lobos a nível europeu, tendo recentemente sido positivamente acolhida pelo Conselho Europeu.
Nesta fase, os Estados-Membros já votaram a favor da medida, incluindo Portugal. Ao ser adotada, a proposta dá flexibilidade aos Estados-Membros para autorizarem o abate destes animais, salienta o grupo de proteção animal.
Na última década, a União Europeia (UE) investiu recursos significativos na recuperação dos lobos, resultando num aumento de 25% da população. “No entanto, as populações ainda não atingiram um estado de conservação favorável e a proposta de desvalorização da sua proteção compromete seriamente os esforços de conservação”, realça o Eurogroup for Animals.
Sociedade civil e centenas de organizações instaram a UE a reforçar a proteção dos lobos, e não a reduzi-la, pois estes tratam-se de “predadores vitais” para a estabilidade dos ecossistemas e, na atual crise mundial da biodiversidade, o seu papel não pode ser comprometido, enfatiza o grupo.
“Os lobos são nossos aliados, não nossos inimigos e é crucial protegê-los. Os Estados-Membros estão a falhar perigosamente na sua missão de proteger os animais selvagens e o nosso ecossistema comum. Trata-se de uma medida escandalosa e mostra que os Estados-Membros estão a ignorar os apelos dos cidadãos e a ciência”, afirmou Léa Badoz, responsável pelo programa de vida selvagem do Eurogroup for Animals.
E continua: “facilitar o abate envia uma mensagem dramática sobre o futuro da conservação e da coexistência. É importante protegermos os animais selvagens na UE e fora dela e continuarmos a defender a proteção da biodiversidade em nível global”.
