A Inteligência Artificial (IA) está cada vez mais presente na medicina veterinária equina através de ferramentas tecnológicas, nomeadamente soluções que avaliam a dor em cavalos por meio de expressões faciais.
“A IA está a marcar um antes e um depois no dia a dia do ser humano, mas também o setor veterinário reconhece esta realidade palpável, que também já chegou à veterinária para melhorar o bem-estar animal”, explicam os cientistas.
No que toca às ferramentas que determinam a dor em cavalos através de expressões faciais, os investigadores afirmam que, apesar de ser uma solução inovadora, as escalas apresentam limitações significativas, como a subjetividade, a necessidade de treino especializado e os custos elevados.
O reconhecimento automatizado da dor usando a IA trata-se de uma tecnologia avançada que usa a visão computacional e algoritmos de aprendizagem para analisar, não apenas as expressões faciais dos cavalos, mas também a sua postura, vocalizações e sinais fisiológicos.
“Isto permite avaliações muito mais precisas e objetivas da dor, reduzindo a margem do erro humano e melhorando o diagnóstico de doenças como úlceras gástricas, cólicas e osteoartrites”, explicam os investigadores.
Para os cientistas, o potencial impacto da IA no setor equino “é enorme”. No caso da osteoartrite, que afeta 80% a 90% dos cavalos com mais de 30 anos de idade e uma das principais causas é a dor crónica, esta dor pode ser controlada com terapias especificas e suplementos nutricionais, no entanto, trata-se de tratamentos que podem ser otimizados com a ajuda da IA.
Os responsáveis pela análise enfatizam que é necessário continuar a criar bases de dados mais robustas, melhorar questões éticas relacionadas com a IA e validar o funcionamento das ferramentas tecnológicas para garantir a sua eficácia.
Além disso, salientam também a importância da colaboração entre investigadores e veterinários para garantir que a IA se torne numa ferramenta indispensável e viável nas clínicas veterinárias e no cuidado diário dos cavalos.
Apesar do seu grande potencial, reconhecido já pelos profissionais da área, o desenvolvimento da IA no setor veterinário enfrenta alguns desafios, sendo o mais significativo, dizem os especialistas, a escassez de conjunto de dados específicos de animais, em comparação com os dados disponíveis para humanos.
“Além disso, nos animais não é possível estabelecer uma ‘verdade absoluta’ sobre a dor, uma vez que não conseguem comunicar verbalmente o seu estado emocional ou físico. Isto torna o diagnóstico dependente da interpretação especializada, o que introduz a vieses difíceis de eliminar completamente”, enfatizam os cientistas.