O terceiro Inquérito à Profissão Veterinária na Europa, promovido pela Federação de Veterinários da Europa (FVE) revela que 59% dos veterinários europeus e 61% dos portugueses consideram o excesso de trabalho como o principal desafio atual da profissão veterinária. Destacam-se a Itália (77%) e a Grécia (72%) como os países que mais detetaram este desafio.
As dificuldades de recrutamento e a falta de pessoal foram também um dos principais desafios atuais apontados, com 49% dos europeus a identificarem-no. Em Portugal, o valor desce para os 34%. No entanto, na Finlândia, França, Irlanda, Luxemburgo, Países Baixos, Suécia, Suíça e Reino Unido é mesmo o principal desafio.
Analisando o futuro, o cenário muda, com a “Uma Só Saúde” (One Health) a ser vista como prioritária. Oito em cada dez europeus consideram que como profissão devem unir-se globalmente para demostrar o compromisso com esta política. Os portugueses são os que mais subscrevem esta frase, com 8,8 em cada dez.
A nível europeu, apoia-se ainda a necessidade de empenhar-se politicamente nos desafios globais, como a sustentabilidade e a gestão dos recursos (7,5 em cada dez) e a crença que as faculdades veterinárias não equipam adequadamente os profissionais com competência suficientes (6,7).
Em Portugal, o cenário é o seguinte:
O futuro nos próximos cinco anos
Mais de três quartos dos veterinários europeus (76%) acreditam que vai existir um aumento na procura pelos seus serviços de animais de companhia, nos próximos cinco anos. 63% dos profissionais preveem ainda um aumento na procura pelos serviços de animais exóticos. Mais pessimistas estão na avaliação da necessidade de serviços equinos e de caprinos e ovinos (57% e 54%, respetivamente, consideram que se vai manter igual).
A crença de que o mercado de animais de companhia vai crescer é particularmente forte na Estónia e Croácia, onde mais de 90% considera que é uma área de forte crescimento. Em Portugal, 74% considera que vai aumentar a procura por serviços de animais exóticos e 73% por animais de companhia.
Os veterinários europeus preveem que a procura dos seus serviços especializados e a telemedicina serão os principais motores de crescimento nos próximos cinco anos. E em Portugal?
Tendo em conta o panorama para os próximos cinco anos, 59% dos veterinários europeus preveem que os seus colegas vão muito provavelmente especializarem-se, de forma a responder aos desafios que vão surgir. Metade acredita que a profissão vai investir em mais competências comunicacionais (50%), assim como em treino de gestão (48%) e aumento das competências digitais (47%).
Em Portugal, 75% considera que o principal caminho vai ser a especialização, seguida pelo treino de gestão (48%) e melhores competências comunicacionais (45%).