Quais as novidades que estão a ser preparadas para a edição deste ano do Congresso SPCAV?
A principal novidade na edição deste ano é o modelo de congresso um pouco diferente dos anos anteriores. Deixou de ser um congresso monotemático e introduzimos os debates em formato de mesa redonda, que pensamos que vão ajudar a tornar o congresso mais interativo e cativante para quem assiste. Podermos assistir não apenas à convencional palestra, mas também a uma discussão sobre a abordagem pessoal de oradores com este nível de conhecimento e experiência só pode enriquecer o congresso.
Este ano abordamos as principais doenças cardíacas indo ao encontro das situações mais comuns em clínica diária. O nosso objetivo é abordar de forma simples, mas atual, as entidades clínicas mais frequentes, discutindo qual a melhor forma de abordagem de diagnóstico e quais as opções terapêuticas atualmente mais aceites. Para isso contamos com um painel de oradores nacionais e internacionais, todos cardiologistas de renome e oradores de excelência.
O que há de novo nos diagnósticos mais comuns em cardiologia?
Existem sempre novidades e novas abordagens que serão com toda a certeza abordadas neste congresso. Por exemplo o estudo EPIC (Evaluating Pimobendan in Cardiomegaly) que pretendeu avaliar se o pimobendano pode atrasar o início da insuficiência cardíaca congestiva em cães com doença mixomatosa mitral. Será com certeza um estudo que vai ser referido e que, de alguma forma, mudou a abordagem à terapêutica nesta doença.
Porquê a aposta em Tony Glaus como um dos oradores principais?
O Prof. Tony Glaus é reconhecidamente um dos melhores cardiologistas veterinários da Europa e um excelente orador. Para quem já teve oportunidade de ouvir as suas palestras sabe o quanto enriquecedor pode ser. Uma palavra também para o Dr. Luís Lobo, o Dr. José Miguel Novo-Matos e o Dr. João Loureiro que são também oradores de exceção e que vêm claramente enriquecer este programa.
Tiveram uma boa participação no Prémio SPCAV? É uma iniciativa a repetir no futuro?
Sim, mais um vez o prémio SPCAV-Vetmedin teve vários concorrente e penso que é uma iniciativa a manter. Achamos que estimular a comunidade estudantil a fazer a sua tese de mestrado na área da cardiologia faz todo o sentido. Este prémio apenas é possível com o apoio de uma farmacêutica (Vetlima®) a quem agradecemos. No futuro esperamos inclusive ter condições para estimular outro tipo de iniciativas. Porque não estender a estudos mais avançados? Assim a dinâmica da SPCAV o permita…
Como está a cardiologia veterinária em Portugal?
A cardiologia veterinária em Portugal tem evoluído de uma forma gradual e progressiva, com vários colegas por todo o país a demonstrar um forte interesse na área. Prova disso é o interesse demonstrado nos eventos de formação, como o congresso anual da SPCAV, entre outros. Apesar de se encontrar ainda um pouco aquém da realidade existente noutros países, tem dado pequenos passos no sentido positivo. Exemplo disso é o facto de dispormos de vários colegas por todo o país a efetuar um excelente trabalho.
Como correu o workshop de Electrocardiografia que organizaram em fevereiro em Évora?
Correu muito bem, foi uma reedição do workshop realizado o ano passado em Abril e tivemos uma assistência muito boa. O feedback da satisfação das pessoas que assistiram foi fantástico, pelo que pensamos que este tipo de iniciativas é para repetir. Já no congresso em Abril, em Coimbra, vamos ter um dia de “Pré-congresso” com um workshop dedicado ao tema de radiologia torácica com o Dr. João Oliveira e com o Dr. Rui Lemos Ferreira com um programa muito interessante.