O tratamento permite um aumento da massa muscular e corrigir complicações frequentes associadas ao cancro como a fraqueza, a perda de peso extrema e a anemia, explicou a investigadora principal, Ruxandra Draghia-Akli, da VGX Pharmaceuticals, ao “Science Daily”, sublinhando que tais complicações, que afectam mais de metade dos pacientes oncológicos e que associadas á perda de apetite e fadiga, resultam num empobrecimento da qualidade de vida.
Caso a caquexia – perda de massa muscular e perda severa de peso – se desenvolva, ela pode impedir a eficácia de uma terapia específica de combate ao cancro e constituir uma causa directa de morte. «Com o nosso tipo de terapia genética, nós podemos “enganar” determinados tipos de células do organismo para produzir naturalmente hormonas específicas». Estas hormonas têm um efeito de reforço muscular ou anabólico.
A terapia utiliza uma molécula do ADN não viral, chamada plasmido, que codifica a hormona libertadora da hormona do crescimento (GHRH, na sigla inglesa), estimulando o crescimento das hormonas e do IGF-1, que possui efeitos anabólicos.
O processo terapêutico envolve a injecção de fragmentos de ADN no músculo e a aplicação de campos eléctricos controlados na área infectada, abrindo os poros na membrana da célula e “engana” o ADN no interior das células, permitindo a produção de GHRH.
Isto impede o natural processo do organismo em eliminar organismos estranhos, neste caso, a molécula de ADN, elucidou Draghia-Akli.
Os investigadores testaram esta terapia genética num total de 55 cães de companhia que tinham cancro e anemia e que se encontravam a receber tratamento oncológico.
Três meses após a injecção, 54% dos cães responderam positivamente à terapia genética, sendo que entre estes 84% registaram um aumento em termos de sobrevivência em relação aos que não responderam ao tratamento e aos que serviram de controlo e receberam placebo.
Apesar da taxa de resposta ao tratamento ter descido para 47% após quatro meses, era ainda 22% maior em relação ao grupo de controlo.
Em adição, o estudo mostrou que a qualidade de vida, sobretudo, no que respeita ao apetite, melhorou drasticamente com a terapia e que as complicações inerentes à quimioterapia, como os vómitos e a diarreia, reduziram.
A VGX Animal Health planeia desenvolver este produto para cães e gatos domésticos, estando também à espera da aprovação da FDA para estudar o tratamento GHRH em humanos com caquexia, avançou a autora da investigação.
Terapia genética aumenta taxa de sobrevivência em cães com cancro
Investigadores da VGX Phramaceuticals desenvolveram uma nova terapia genética que aumenta a sobrevivência de cães com cancro e que pode melhorar a qualidade de vida destes animais de companhia.