Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), os ovos foram descobertos em seis momentos diferentes e eram de espécies da América do Sul. Um terço dos animais não sobreviveu. De acordo com João Loureiro, coordenador da Unidade de Aplicação das Convenções Internacionais do ICNB, “apesar do aumento das apreensões, sabemos que a quantidade descoberta não representa nem 10% do que chega ao país”, avança o blogue Os Bichos.
Portugal é uma das principais portas de entrada do tráfico de animais recolhidos na América do Sul e levados para a Europa. O tráfico de animais, que movimenta cerca de 7,5 mil milhões de euros, é já o terceiro maior comércio ilegal, atrás do comércio de armas e de drogas, segundo a Secretaria da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (Cites).
João Loureiro explica que, em Portugal, a legislação se tornou mais restritiva para impedir tanto a entrada do animal ilegal, como a sua reprodução. O aumento das apreensões de aves exóticas comercializadas ilegalmente tem causado a lotação dos parques portugueses, já que problemas sanitários impedem que elas sejam enviadas de volta aos países de origem. “Ficamos com os animais e gastamos dezenas de milhares de euros com eles todos os meses, sem ter uma mais-valia”. Os 90 animais que sobreviveram às apreensões no ano passado estão em parques e zoológicos, mas não são expostos ao público.
