Tal será possível devido ao projecto Vallia que conta com um plano de gestão de habitat, concebido e implementado em parceria com proprietários, produtores florestais, agricultores, caçadores, organizações não-governamentais de desenvolvimento, ambiente e administração pública.
Tem como finalidade contribuir para a recuperação de habitats favoráveis à presença do lince ibérico, valorizar a troca de experiências e o envolvimento de agentes locais na recuperação destes habitats e divulgar práticas de gestão adequada do matagal mediterrânico.
«No espaço de três a quatro anos poderemos ter linces ibéricos no Alentejo, depende de como irá decorrer o projecto que estamos a desenvolver nesse sentido», disse Tito Rosa, presidente do ICNB, à agência Lusa.
Estão a decorrer várias reuniões com um conjunto de entidades para iniciar uma estratégia de intervenção em habitats localizados nas regiões de Portalegre, Vale do Guadiana, Mourão (Évora) e Barrancos (Beja).
«Estamos a mostrar aos proprietários, agricultores, caçadores, entre outras entidades, como se pode criar estes habitats sem perder rendimento, antes pelo contrário. Este projecto é interessante, uma mais valia para todos», sublinhou o responsável.
Esta iniciativa do ICNB está inserida no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), tratando-se de um investimento que ascende a 330 mil euros, com co-financiamento do FEDER (em cerca de 200 mil euros) e apoio do INALENTEJO.
O ICNB tem como parceiros neste projecto a Associação de Defesa do Património de Mértola (APDM), Associação Nacional de Proprietários e Produtores de Caça (ANPC) e Liga para a Protecção da Natureza, bem como o apoio da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).
O projecto Vallia teve início em Setembro de 2009 e tem a sua conclusão prevista para Agosto de 2011.