Em 1998 surgia no Reino Unido a Improve com o objetivo de dar formação na área da veterinária. Passados 20 anos, estão já em 20 países e prontos para abraçar o desafio do mercado norte-americano.
Com 20 anos de experiência e presença em 20 países, desde 2007 que a Improve atua em Portugal na área da formação em veterinária. Aliás, orgulhosamente Rui Lobão, Business development director, salientou que quando a empresa se estabeleceu no nosso país apenas tinha negócio no Reino Unido e Irlanda.
E parece ter corrido bem. De tal forma que Portugal acabaria por fazer a gestão de clientes não só do nosso país, mas também de Espanha, Bélgica e França, Alemanha, Áustria e Suíça. “Fazemos ainda a gestão de atividades que denominamos ‘de licença’ que, não sendo um franchising, tem algumas semelhanças”. Ou seja, pessoas que em outros países queiram oferecer o curso da Improve com a marca da empresa, com o mesmo conceito modelar, com o mesmo programa e certificação, podem fazê-lo. “Temos atividades de licença no Japão que são coordenadas a partir de Portugal”. México e Chipre são outros dos exemplos. “Creio que posso afirmar que o escritório de Portugal coordena metade de toda a atividade da Improve”.
Mas o que é gerir cliente? Imaginemos um veterinário alemão a exercer atividade no seu país e que recebeu a brochura da Improve (também produzida em Portugal) na qual vem um número para onde ele pode ligar para obter mais informações. Esse número, apesar de alemão, é atendido em Portugal por uma pessoa que fala o idioma do cliente. “Temos pessoas que falam alemão, francês, espanhol, inglês e português”.
Hoje, em Portugal, a empresa emprega 15 pessoas, sete das quais médicos veterinários. A equipa é multidisciplinar, com valências desde o marketing, passando pela vertente legal e financeira. “Portugal tem a sorte de ter veterinários disponíveis, o que já não acontece, por exemplo, no Reino Unido, por isso muitas vezes conseguimos ter profissionais que nos ajudam no desenvolvimento do produto e, ao mesmo tempo, na gestão de clientes”, refere Rui Lobão.
Oferta diferenciadora
Em termos de oferta, a Improve garante ter sido pioneira na formação que denominam de “modular”. “Se fizermos o paralelismo entre a medicina humana e veterinária, na humana os profissionais saem com um conhecimento geral e depois especializam-se. Na veterinária existe um sistema de especialização europeu e outro americano, mas que não está ao alcance todos, já que envolve fazer uma pausa na vida dos profissionais, fazer uma residência e depois os exames do Colégio Europeu e do Colégio Americano. Na Improve não treinamos especialistas. Mas fazemos formação modular e estruturada dentro de áreas específicas”. Ou seja, um veterinário que queira ter mais conhecimentos e treino dentro de uma área específica, como a cirurgia, a Improve disponibiliza um programa anual de pós-graduação que abarca toda a cirurgia, desde a parte de tecidos moles à ortopedia.
Outro fator que Rui Lobão garante distinguir a empresa é o facto de as formações serem acreditadas pela European School of Veterinary Postgraduated Studies (ESVPS), o órgão de acreditação e adjudicação dos exames General Practitioner Certificate. “Isto permite que qualquer pessoa que faça um curso anual com a Improve poder fazer o exame do ESPVS dessa área específica. Se ficar aprovado ganha um título: o GPCert”. Isto toma particular relevância quando a nível europeu este título é designado como uma qualificação média. “Não estamos a treinar especialistas, mas estamos a dar competências às pessoas e a aferir que passaram um exame. Já há cerca de quatro mil veterinários na Europa com GPCert”.
Veterinária sofre evolução
E apesar de ser mais popular na Europa, a Improve está a disponibilizar estes títulos nos países onde está presente, como Austrália, Japão, México e agora nos Estados Unidos. “Estamos, de alguma forma, a conseguir fazer com que uma pessoa que tenha um GPCert, desde a Austrália aos Estados Unidos, tenha o mesmo nível de treino e de reconhecimento”. Basicamente, uma uniformização. “Um GPCert vai ser percecionado ao mesmo nível em Inglaterra, em Portugal, na Austrália”. Já terão passado pelas mãos da Improve mais de 30 mil profissionais.
Em termos de formação, Portugal tem vindo a sofrer uma evolução muito rápida e positiva. “Não acho que um veterinário tenha menos qualificações ou competências que um veterinário alemão ou francês. Acho que somos um mercado com fome de formação, já que a procura que temos no nosso país, para o número de veterinários que existem, é uma relação muito boa”.
As áreas de formação em Portugal passam pela já referida cirurgia – de resto a vertente mais requisitada – mas também dermatologia, ecografia, enfermagem, gestão, imagiologia, marketing ou medicina interna.
O próximo passo é o desafiante mercado dos Estados Unidos, quer pela sua dimensão, quer pela maturidade. China, também coordenada a partir de Portugal, é outro dos países onde esta empresa de formação quer apostar.