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Caracóis

Gostaria de ser cozido vivo? Ainda a polémica sobre a campanha à volta dos caracóis

Gostaria de ser cozido vivo? Ainda a polémica sobre a campanha à volta dos caracóis

Foi recentemente lançada uma campanha em defesa dos caracóis pelo grupo ativista Acção Directa, que pretende alertar “para a dimensão moral do facto de estes moluscos serem cozidos vivos.” O médico veterinário Manuel Sant’Ana publicou um artigo de opinião no blog Animalogos em que defende que “o alerta lan?ado pela Ac?ão Directa nada tem de ridículo” e que “apesar de simpatizar com os motivos desta campanha, ela não conta com o meu apoio”, uma vez que “não procura soluções”.

De acordo com o médico veterinário, “a procura de alternativas ao uso de caracóis vivos (nomeadamente através de métodos eficazes de abate) parece-me muito mais construtiva do que uma campanha contra o seu consumo.”

“A evidência de estudos comportamentais é inteiramente consistente com a ideia de que alguns invertebrados, principalmente crustáceos (como as lagostas) e moluscos (como caracóis) experienciam dor. No entanto é de salientar que eu uso o verbo experienciar, em vez do verbo sentir, porque a diferença entre os dois não é apenas semântica. Na verdade, não basta dizer que um animal experimenta dor para que essa dor seja relevante em termos morais. Para que a dor conte moralmente, o animal deve senti-la como experiência subjetiva aversiva (i.e. sofrimento), algo que não é de todo evidente no caso do caracol”, explica o médico veterinário.

Manuel Sant’Ana explica ainda que a “os caracóis são uma excelente fonte alternativa de proteína. Um prato de caracóis pode facilmente substituir um bife, com muitos outros benefícios nutricionais” e que “quem sabe de caracóis sabe o difícil que é cozinhá-los bem. Para garantir sabor, salubridade e higiene é necessário preservar a frescura do produto e é por isso é que os caracóis devem ser cozinhados vivos.”

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