Quantcast
 

ESAVS – Medicina interna e oncologia em Portugal

ESAVS - Medicina interna e oncologia em Portugal

Portugal recebeu pela primeira vez um curso da European School for Advanced Veterinary Studies (ESAVS). De 1 a 5 de Dezembro, tendo como anfitriã a Universidade Lusófona, em Lisboa, os participantes puderam aperfeiçoar os seus conhecimentos na área da oncologia e da medicina interna.

«Uma vez que temos objectivos comuns e missões semelhantes, achamos que seria um grande desafio colaborar com a ESAVS, organizando um curso em Portugal», revelou a directora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona, Laurentina Pedroso. De acordo com a responsável, «a ESAVS trabalha numa linha de orientação semelhante à da nossa Faculdade de Medicina Veterinária, que é a formação de excelência».
Esta escola europeia tem vindo a realizar cursos da sua responsabilidade em vários países europeus. Todavia, «nunca em Portugal e achamos que seria enriquecedor para os nossos programas de formação contínua ter também a oferta de cursos da ESAVS», rematou a professora.

E foram as razões citadas anteriormente as culpadas pelo nascimento da sinergia entre estas duas entidades. Para além da «semelhança na forma de trabalhar», reiterou Laurentina Pedroso, «foram feitas várias visitas à nossa universidade e chegaram à conclusão de que as nossas instalações são excelentes, quer para a parte de componente teórica, quer para a prática». A parceria parece ter corrido bem, pois a docente informou ainda que «já temos programados, em conjunto com a ESAVS, dois outros cursos, previstos a partir de Setembro de 2009». Um na área da oncologia, «com uma forte componente prática a ser realizado nas nossas instalações hospitalares que já estarão operacionais», outro na área da cardiologia.

 

A importância da oncologia

Para Laurentina Pedroso, «a oncologia é muito importante. Aliás, temos colegas aqui na Universidade Lusófona já a desenvolver esta área e vamos continuar a apostar nela no futuro. É um campo do nosso interesse quer ao nível de prática clínica, quer ao nível da investigação». E neste sentido, «precisa de ser bem trabalhado e bem divulgado», concluiu.

 

Um dos objectivos do curso “Excellence in Veterinary Therapy: Internal Medicine & Oncology 2008”, segundo a professora, foi exactamente oferecer «excelência de conhecimento na área da oncologia e da medicina interna».
Em Portugal estivam Reto Neiger e Andreas Moritz especialistas em medicina interna e Gillian Dank e Nicole Northrup no que toca à oncologia.

Com uma componente teórica e outra prática (discussão de casos clínicos), o curso proporcionou àqueles que o frequentaram adquirem ou aperfeiçoarem conhecimentos em campos como o diagnóstico e tratamento da anemia em cães e gatos; grupos sanguíneos e transfusões; diabetes mellitus; doenças da tiróide, entre outros. Por outro lado, no relativo à oncologia, discutiu-se, por exemplo, temas relacionados com a quimioterapia; o linfoma canino; tumores orais, da pele; e o osteosarcoma felino e canino.

 

As problemáticas relacionadas com oncologia «terão seguimento e serão tratadas de uma forma mais aprofundada no tal curso já referido, a realizar em 2009», esclareceu a docente.

Participação internacional

 

O balanço que faz do evento é «excelente», justificando que «estou muito feliz por termos trazido, por um lado, um curso da ESAVS à Universidade Lusófona e, por outro, de um ponto de vista mais lato, a Portugal».

A adesão «foi extraordinária». O curso contou com «50 inscrições, mas ficou com uma lista de espera enorme».
Este momento de formação que decorreu em Lisboa contou com uma grande participação internacional. Ao todo foram 16 países: «15 da Europa e contamos também com a presença de um colega dos Emirados Estados Unidos», salientou Laurentina Pedroso. Quanto aos portugueses, «foram 17 os participantes». Logo a seguir, no relativo ao maior número de médicos veterinários presentes, ficou a Alemanha com oito; a Noruega com sete; e Espanha com cinco.

Realizar este curso em Portugal, segundo a professora, é uma mais-valia, visto que «muitos dos nossos colegas portugueses se deslocam a outros países para participarem em eventos da ESAVS». E este foi outro dos motivos que incentivou a sinergia entre as duas entidades. «Foi também a pensar nesta situação que possibilitamos que, sem sair do seu próprio país, pudessem frequentar um curso excelente e com custo reduzido em relação à deslocação ao estrangeiro», explicou a directora da faculdade.

Para promover o curso, «disponibilizámos informação quer no nosso guia de curso, quer na nossa página Web, para além da publicidade em órgãos de comunicação social dedicados à veterinária». No relativo à ESAVS, «a promoção seguiu pelos seus circuitos habituais», afirmou.

Ensino graduado e pós-graduado

Os formadores que leccionaram o “Excellence in Veterinary Therapy: Internal Medicine & Oncology 2008” foram «escolhidos pela ESAVS. No entanto, «muitos deles colaboram com a nossa Faculdade Medicina Veterinária, quer no que diz respeito aos nossos cursos de pós-graduação, quer em aulas para os nossos alunos do ensino graduado», contou Laurentina Pedroso, acrescentando que «pretendemos reforçar esta colaboração nos próximos anos».

Aliás, a realização do curso da ESAVS acaba por se inserir na filosofia que «esta equipa jovem com vontade de trabalhar para a classe veterinária e para a dignificação dos médicos veterinários» tem vindo a desenvolver. «Acreditamos que como Faculdade de Medicina Veterinária temos a obrigação, não só de providenciar o ensino de excelência aos jovens alunos, como aos colegas que já estão a exercer a sua profissão», sublinhou a docente, para quem «a faculdade tem a obrigação cívica e social de continuar a acompanhar a progressão do ensino de excelência ao longo da vida e por isso o curso não termina ao fim dos cinco anos, mas continua durante a vida». E é por isto que o estabelecimento de ensino «tem de ter uma postura aberta e dinâmica para providenciar essa formação».

É neste aspecto que, no fundo, de acordo com a responsável, reside a diferença entre esta faculdade de medicina veterinária e as outras. «Aquilo que nos distingue é a capacidade que temos de praticar o ensino graduado e pós-graduado. Nós não nos limitamos ao ensino das valências que os médicos veterinários adquirem durante cinco anos. Pois, ao longo da vida, é necessário continuar a aprender e a aperfeiçoar conhecimentos. Aquilo que já oferecemos e que ainda nenhuma faculdade neste país oferece é um ensino continuado ao longo do tempo», concluiu.

Este site oferece conteúdo especializado. É profissional de saúde animal?