Segundo noticiou o “Diário Digital” no dia 7 de Junho, este é o único ponto comum dos dois estudos. Apesar de ambos se concentrarem no controlo intensivo da glicemia, os resultados foram divergentes, tanto no ponto de partida como no perfil da população estudada, salientaram os autores.
O estudo ADVANCE (Acção na Doença Vascular e Diabetes), do Instituto George para Saúde Internacional de Sidney, na Austrália, desenvolvido durante cinco anos, concluiu que um óptimo controlo da glucose reduz para 21% o risco de doenças renais.
A investigação do Instituto Norte-Americano do Coração, Pulmões e Sangue, o ACCORD (Acção para Controlar os Riscos Cardiovasculares na Diabetes) foi interrompido em Fevereiro, devido ao aumento da taxa de mortalidade total.
Durante uma conferência de imprensa, os investigadores explicaram que o estudo norte-americano se concentrou numa população de risco elevado: média de idade de 62 anos, doentes com diabetes há 10 anos e 35% já havia registado eventos cardiovasculares.
Por outro lado, o ADVANCE analisou as implicações no âmbito das alterações microvasculares (doenças renais) e macrovasculares (enfartes, ataques cardíacos), enquanto o ACCORD se centrou nos efeitos de um controlo muito intenso para uma redução rápida da hemoglobina, salientaram os autores dos estudos.
No que concerne às estratégias para reduzir a glicemia e prevenir problemas cardiovasculares, os estudiosos australianos sublinharam que a «forma segura» para se chegar a uma hemoglobina A1c de 6,5% é através de um tratamento gradual.
Por outro lado, os norte-americanos apontaram o controlo e tratamento da pressão arterial e dos lípidos no sangue.
Médicos acreditam que diabéticos não devem deixar de controlar açúcar
Segundo noticiou o “Jornal de Notícias”, no dia 9 de Junho, os médicos portugueses garantem que «não se deve desistir» do controlo de açúcar no sangue de diabéticos tipo 2, apesar dos estudos revelados não apresentarem diminuições nos riscos de enfarte ou acidentes vascular cerebral.
Para Davide Carvalho, especialista da direcção do Grupo Mediterrânico para o Estudo dos Diabetes, os estudos mostraram a possibilidade de um «bom controlo glicémico ao longo do tempo».
«Nos diabéticos, tem de se controlar todos os factores de risco para prevenir o aparecimento de outras doenças associadas», afirmou igualmente o clínico à “Lusa”.
O especialista do Porto, referiu que o ADVANCE não demonstrou riscos quando se consegue reduzir para 6,5% a hemoglobina Ac1, tendo ainda concluído que faltam estudos realizados na fase do diagnóstico da doença e a prática clínica talvez devesse passar de uma fase terciária para uma secundária para permitir o «diagnóstico e tratamento precoces».