Após o aparecimento de vários novos casos de Covid-19 em Espanha nos últimos dias — o país conta atualmente com mais de 1200 infetados, 31 mortos e 30 curados — e por indicação do Ministério de Saúde deste país, o Conselho-Geral de Escolas Veterinárias de Espanha desaconselhou os seus mais de 30 mil profissionais a frequentar qualquer evento em que estejam presentes colegas da área da saúde.
“A mera possibilidade de que origine um contágio a um profissional presente num evento muito concorrido e a posterior quarentena das pessoas em seu redor torna imprescindível esta determinação, que assegura a disponibilidade dos veterinários dentro do sistema sanitário”, explicou o Conselho-Geral espanhol.
Em Portugal, a Direção-Geral de Saúde (DGS) já veio emitir orientações para eventos de massas no contexto do Covid-19, aconselhando o adiamento ou cancelamento de eventos em espaços fechados para mais de mil pessoas, ou para menos de mil pessoas, mas com a participação de “pessoas que estiveram presentes, nos últimos 14 dias, em áreas onde existe transmissão comunitária ativa e sustentada do vírus, a saber, à data, Itália, China, Coreia do Sul, Irão, Japão e Singapura, atualizáveis conforme a evolução epidemiológica”. O mesmo sucede para certames que possam concentrar mais de cinco mil pessoas ao ar livre ou mais de 150 pessoas “em concelhos nos quais se verifique a existência de clusters (ou focos) com transmissão secundária de Covid-19 ou quando existirem casos confirmados em relação aos quais não se encontra a ligação epidemiológica”, alerta a DGS.
A entidade aconselhou ainda a restrição da “participação de profissionais de saúde em eventos como congressos, conferências, colóquios ou outras reuniões científicas, face à sua relevância para o funcionamento do sistema de saúde num contexto epidémico e à necessidade de proteção destes mesmos profissionais, em linha com o determinado em outros países e com as recomendações de ordens profissionais”.
Uma vez que os médicos veterinários estão sob a alçada do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural em Portugal (e não do Ministério da Saúde), ainda não é certo que esta orientação da DGS se aplique a estes. A VETERINÁRIA ATUAL já contactou a Ordem dos Médicos Veterinários para a obtenção de mais informação.