Os cães têm a capacidade de percecionar os nossos estados mentais e emocionais e é por isso que quando se depara com uma situação de doença grave no seu animal a sua principal prioridade não tem nada a ver com o animal. Pelo menos é o que defende Demian Dressler, médico veterinário especializado em oncologia, no blog Dog Cancer.
Num artigo recentemente publicado, o blog explica o que se deve fazer quando um cão tem cancro. Demian Dressler revela que, depois de anos de experiência profissional percebeu que quando um cão tem cancro, a principal prioridade do seu tutor deve ser “’limpar’ a mente e o coração de perturbações emocionais de forma gerir as emoções negativas o máximo possível. A segunda prioridade é aumentar as emoções positivas e reconectar-se com o amor pelo seu cão. Nada mais – e quero mesmo dizer nada mais – é mais importante. Esta deve ser a sua prioridade absoluta. Todas as suas decisões de tratamento, todas as suas ações, irão beneficiar destes passos.”
É que de acordo com o veterinário, os cães percebem as suas emoções e acabam por as replicar. “Quando estamos agitados, deprimidos, zangados, confusos, com medo, frustrados ou exaustos, ou qualquer outra reação comum que surge quando o nosso cão tem cancro, os nossos cães percecionam e replicam. Até podem não compreender as nossas razões para estarmos tristes – mas percebem que estamos tristes”, acrescenta.
Além disso, o especialista sublinha que “o nosso estado emocional impacta diretamente o estado emocional dos nossos cães, razão pela qual é crucial que consigamos gerir as nossas emoções de uma forma responsável.”
Por outro lado, quando estamos stressados temos tendência a tomar más decisões: por um lado perdemos a capacidade de olhar para o global, já que estamos focados no que não está a correr bem, e por outro temos mais dificuldades no processamento de novas informações.
“Na verdade, tudo o que o nosso cão quer [quando tem cancro] é sentir-se bem. E quando estamos calmos e a ver as coisas de forma clara, conseguimos encontrar uma forma de fazer com que isso aconteça – especialmente quando conseguimos aprender sem distrações a partir de fontes como os nossos veterinários e outros profissionais de saúde”, conclui.