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Cancro: Modelo promissor para investigação descoberto por investigadores nacionais

Cancro: Modelo promissor para investigação descoberto por investigadores nacionais

Uma equipa do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), do Porto, descobriu uma estirpe de fungo, que revelou ser «um modelo óptimo» para estudar os mecanismos da apoptose.

A descoberta da equipa liderada por Arnaldo Vieira, feita em colaboração com investigadores da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, é publicada hoje no “Journal of Biological Chemistry”, e possibilita a «investigação em diversas áreas, desde a compreensão dos mecanismos da morte celular, até ao estudo de cancro ou de doenças associadas ao envelhecimento», explicou ao “Diário de Notícias”, a principal autora do estudo, Ana Castro.
É suposto que as células do organismo, cumprida a sua função e passado o seu prazo de validade, morram, para dar lugar a outras – é a chamada morte celular programada, ou apoptose, uma espécie de suicídio necessário que permite manter o organismo saudável.
Porém, em alguns casos, este processo corre mal. Há suicídios destes em massa e surgem as doenças como a de Alzheimer ou Parkinson. Ou então estas mortes celulares não se dão como deviam e aparecem os cancros, as doenças auto-imunes e as infecções persistentes.
Sabe-se que por detrás da morte celular programada está a formação de radicais livres, compostos oxidantes e agressivos que destroem a própria célula, mas ainda não se conhece o que leva à formação destes radicais livres. E é aqui que descoberta da estirpe mutante do fungo Neurospora crassa, pode fornecer uma grande uma grande ajuda.
Os investigadores do IBMC conseguiram «demonstrar pela primeira vez que é possível induzir a morte celular programada neste microorganismo, utilizando um factor exógeno», elucida Ana Castro.
Por outro lado, este fungo mutante revelou ser mais resistente do que o da estirpe selvagem – ou não mutante – à indução de morte celular programada, recorrendo a uma droga para o efeito porque a resistência maior resultava de uma menor produção de radicais livres durante o processo. «Isso, e o facto de o genoma deste fungo estar sequenciado, faz dele um modelo muito promissor para estudar estes processos», concluiu Ana Castro.

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