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Reduzir a pegada dos CAMV: Experiências sustentáveis, custo ou oportunidade?

Ilustração: Al Costa

É um desafio e um investimento. As medidas pela sustentabilidade têm sido implementadas passo a passo para garantir melhores resultados. E, para que a diferença aconteça no terreno, é necessário envolver todos: equipas e tutores.

Em vésperas de inauguração de uma nova clínica, Rita Vicente, diretora clínica da CascaisVet, do Bairro do Rosário, em Cascais, explicou-nos que tem havido a necessidade de fazer um balanço de todos os aspetos positivos e menos bem conseguidos do CAMV – direcionado para uma visão sustentável, desde a sua génese. Aliás, na apresentação, este CAMV assume-se como um centro veterinário de medicina convencional e medicina integrativa. “Decidimos adquirir equipamentos tecnológicos mais avançados, que efetuam a maioria das análises necessárias no nosso dia a dia, deixando assim de ser necessário o envio para laboratórios externos”, partilha. Num dia normal, era necessária a deslocação de um estafeta, pelo menos, duas vezes, à clínica. Com estas inovações é possível reduzir a quantidade gasta de combustível fóssil e de gases libertados para a atmosfera. “Estes equipamentos têm ainda a vantagem de serem automatizados, facilitando a transferência de resultados diretamente para o computador, sem desperdício de papel”, destaca.

Ilustração: Al Costa

 

A CascaisVet abriu portas à sua nova clínica, em São Domingos de Rana, também no concelho de Cascais, em início de abril. A aposta resulta da necessidade que a equipa sentiu de estar mais perto dos seus clientes. “Temos pessoas a vir de várias regiões do País, como Leiria e Algarve, mas também temos muitos clientes da área de Oeiras e Lisboa.” A médica veterinária avança que será assim possível encurtar as viagens e muitos clientes podem deslocar-se a pé, o que diminuirá “a pegada carbónica”. Alguns elementos da equipa irão também diminuir a distância percorrida, pois passam a deslocar-se a pé ou de bicicleta. Como resultados, espera-se atingir “menos carros a circular, menores distâncias, promoção da atividade física do tutor e dos nossos pacientes e colaboradores, com consequente aumento da saúde física, mental e emocional de todos”.

Quando esta clínica abriu ao público, em Cascais, a equipa tinha uma certeza: era preciso fazer a diferença a todos os níveis. “Queríamos praticar uma medicina integrativa, mais natural e menos química e, acima de tudo, preventiva. Está tudo interligado e não faria sentido ser de outra forma.”

 

Ao longo dos últimos anos, a AniCura Atlântico Hospital Veterinário, em Mafra, tem implementado algumas medidas no sentido de garantir uma maior sustentabilidade. No plano de atividades para este ano, estão integradas várias medidas que podem vir a ter um impacto significativo. A diretora clínica Sónia Miranda descreve algumas das iniciativas, deste a gestão de resíduos e separação de lixo, algo que é exigido por lei. “Além de cumprirmos esta obrigatoriedade em relação aos materiais de risco, temos implementado um sistema de separação de lixo (orgânico, plástico e papel) para futura reciclagem”, destaca.

“Por muito boas que sejam as medidas implementadas internamente, são sempre as pessoas que constituem o meio clínico, as principais responsáveis por colocá-las em prática” – Rita Vicente, CascaisVet

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Também neste hospital tem havido uma preocupação com as novas tecnologias e a informatização dos sistemas de comunicação e de gestão, o que permite evitar o consumo de papel e privilegiar o envio de informação a colegas e tutores, em formato desmaterializado, geralmente, por e-mail (faturas, resultados, etc.). As alterações implicam uma mudança de cultura e de hábitos com a necessidade de sensibilizar os colaboradores e os clientes. Primeiro, começa-se no próprio CAMV. Depois de se tornarem intrínsecas, passam a ser incutidas nos clientes. “Para conseguirmos alcançar os nossos objetivos, temos de envolver todos e isto só se consegue com uma grande aposta em termos de comunicação e educação dos nossos colaboradores e clientes”.

O hospital tem ainda em consideração a utilização responsável de medicamentos, nomeadamente de antibióticos com consequente “redução das resistências e ecotoxicidade” e, ainda, o controlo e gestão de stocks através da criação de protocolos internos que garantam a racionalização das quantidades de produtos e a respetiva utilização. Sónia Miranda considera que estes protocolos permitem “prever as necessidades, evitar ruturas, evitar desperdício, criar canais efetivos de encomendas, garantir as corretas condições de armazenamento e o controlo de prazos de validade”.

 

Reduzir, reutilizar e reciclar, a política dos 3 R’s é seguida por este CAMV. Desde logo, pela otimização de recursos materiais, sempre que possível. Nos casos em que é possível prescindir da ida do animal ao hospital, a teleconsulta permite dar resposta e evitar deslocações. Está ainda prevista a implementação de painéis solares, no decorrer dos próximos meses, promovendo a utilização de fontes de energia renováveis e reduzindo custos de energia.

Para Rita Vicente, a esta política, podem acrescentar-se outros dois R’s, desde logo, recuperar materiais, de forma segura, num ambiente clínico, aos quais se possa dar uma nova utilidade, e renovar/reinventar materiais, ou mesmo, repará-los em vez de comprar novos. No entanto, a diretora clínica da CascaisVet considera que nenhum CAMV conseguirá atingir os seus objetivos se não existir “abertura individual para abraçar esta causa”. Defende ainda que, “por muito boas que sejam as medidas implementadas internamente, são sempre as pessoas que constituem o meio clínico, as principais responsáveis por colocá-las em prática”. E, acrescenta: “Nem sempre é fácil, compreendemos. Por vezes, até a tarefa mais simples, como reciclar, num dia atarefado como o nosso, pode ser facilmente descurada. Daí ser importante consciencializar todos da importância e impacto que podemos ter no nosso planeta e isso, muitas vezes, começa em casa, nas nossas escolhas do dia a dia”.

Esta visão é corroborada por Bruno Tavares, diretor clínico da Clínica Veterinária da Boa Nova, em Matosinhos, dentista veterinário, cirurgião maxilo-facial e professor universitário na Universidade Lusófona. “Como líderes devemos estabelecer estratégias, políticas e procedimentos que promovam experiências diárias sustentáveis. Devem ser implementados programas de reciclagem, redução do consumo de eletricidade e água, considerando o uso responsável de medicamentos ou produtos químicos e a adoção de tecnologia mais eficiente.” Os colegas e colaboradores deste CAMV desempenham um papel fundamental nesta missão e no apoio das práticas diárias sustentáveis da atividade clínica. “Em última análise, tanto os diretores clínicos como os colegas têm a responsabilidade de agir de forma proativa para minimizar o impacto ambiental do CAMV, contribuindo para um futuro mais sustentável e saudável para todos”, defende.

“As práticas sustentáveis no CAMV em Portugal estão a ganhar importância e estão alinhadas com as tendências observadas noutros países europeus” – Bruno Tavares, Clínica Veterinária da Boa Nova

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Estudo-piloto sobre as práticas sustentáveis na Clínica Veterinária da Boa Nova

Foi durante o ano de 2021 que a Clínica Veterinária da Boa Nova iniciou o estudo-piloto sobre a sustentabilidade no CAMV. “É importante ter consciência de que a nossa saúde e dos nossos pacientes não é negociável”, explica Bruno Tavares.

Em seguida, apresentam-se os resultados, apenas referentes aos resíduos produzidos no bloco operatório. Foram obtidos os resultados anuais dos resíduos, onde se identificou o plástico como um dos principais contaminantes. “Com modelos matemáticos foram conseguidas previsões deste resíduo até 2050 com um valor de 3,8 toneladas.” Saliente-se que este valor “não atinge as metas do Net Zero, além de estar associado a um elevado custo financeiro e económico, não proporcional, mas exponencial na cadeia de valores”.

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O diretor clínico partilha com os colegas a forma de cálculo sobre o impacto da cirurgia e a fórmula de resíduos para a cirurgia.

Total Anual de Plástico = Nº. Pessoas x Nº. de Anestesias x (Fator de Correção x 0,0072) x 365

Nota:

Nº. de pessoas = número de pessoas relacionadas na cirurgia, anestesia e circulantes do bloco operatório.

Fator de correção = Diz respeito a um fator de correção perante a sensibilidade do desperdício. O clínico deve dar o grau de desperdício de materiais que costuma visualizar na prática diária.

0,5    » Pouco desperdício

1       » Desperdício normal

1,5    » Muito desperdício

Para medir o Impacto até 2050

Total de plástico até 2050 = Total anual de plástico x 26

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Análise e comentários de Bruno Tavares

– Este gráfico demonstra a evolução dos resíduos associados ao bloco operatório que dá seguimento ao estudo iniciado em 2021 e a evolução real contabilizada dos resíduos nos anos posteriores e calculada com modelo matemático para os anos futuros.

– As barras azuis, rosa-escuro, rosa-claro e verde referem-se aos plásticos.

– A azul são demonstrados os anos em que foram contabilizados os resíduos de plástico.

– Atualmente, 2024 é o ano corrente, está representado a rosa-escuro. Prevê-se o encerramento deste ano, comparativamente ao ano de 2021, com um decréscimo significativo de resíduos em plástico.

– É de salientar que a previsão para os anos seguintes, 2030 e 2045, representada a rosa-claro, considera uma redução que permite atingir um valor confortável no Net Zero, chegando a 2050 com a barra verde. Devemos salientar que estes dados estão considerados sobre um crescimento do nosso CAMV com estratégias de mitigação dos resíduos produzidos no nosso bloco operatório.

– Com a digitalização tem sido evidente uma redução da utilização de papel. Ainda assim é importante destacar que se torna previsível um ligeiro aumento da utilização do papel, eventualmente reciclado como substituto ao plástico. Materiais como o vidro ou o metal podem ser alternativas, pelo que, na nossa prática, temos optado por selecionar este tipo de material, tendo sido evidente um incremento muito ligeiro de desperdícios desde o início do estudo-piloto. A previsão é que este tipo de material vá aparecer mais como desperdício. No entanto, estes materiais conseguem ser reutilizados ou mesmo reciclados. Estão, ainda assim, longe do impacto ambiental do plástico, mantendo níveis aceitáveis até ao Net Zero, mesmo com crescimento do CAMV.

– A vermelho, o desperdício biológico acompanha o crescimento do CAMV. Prevê-se também que a curva de crescimento possa aumentar com a utilização da biomassa e das cianobactérias para produção de substituto do plástico. Sendo um tipo de desperdício a considerar sobre a especificidade e a necessidade de tratamento.

– Os resultados positivos na redução do plástico dependem das medidas implementadas que todos os anos são ampliadas pelas medidas e os resultados do ano anterior no nosso CAMV e das que são implementadas nas empresas externas de fornecimento, colaborativo ou operacionais.

– Por fim, em 2050, na data do Net Zero, esperamos, no nosso caso, uma significativa redução do plástico para um nível dentro dos objetivos europeus. Espera-se um ligeiro aumento de materiais como o papel, metais e outros, face à não utilização de plástico. No entanto, o principal substituto do plástico poderá mesmo ser a biomassa, o que vai levar a um aumento do desperdício biológico, possivelmente até superior ao previsto.

É um custo ou uma oportunidade?

A Clínica Veterinária da Boa Nova tem investido continuamente nas tecnologias da digitalização dos processos. Isto significa, na prática, que todos os processos clínicos, financeiros e de sustentabilidade ocorrem nas plataformas Salesforce®, explica o diretor clínico. À data, o CAMV “tem oito ferramentas totalmente implementadas, com uma adoção considerável e em constante melhoria”. As mais recentes tecnologias já implementadas e associadas ao CRM da clínica “foram o Slack para comunicação interna e gestão de processos clínicos e o Salesforce CRM Analytics para análise profunda dos dados e é uma poderosa ferramenta para tomada de decisão”. A teleconsulta também já está 100% integrada na prática diária, sendo resolvido pelo omnichannel cerca de 35% das solicitações efetuadas à clínica.

Especificamente na área de medicina dentária veterinária, a clínica tem adequado várias práticas sustentáveis nos últimos cinco anos, respondendo à prática especializada e avançada nesta área que a mesma desenvolve há mais de uma década. “Vejo na atualidade uma diversidade de doenças orais e infeções graves em pacientes com menor ou maior risco anestésico, mas com a necessidade de uma intervenção sustentável.” A radiografia intraoral e panorâmica digitalizada permite garantir “eficiência nos tratamentos, já considerados dispendiosos. Perante este cenário, impõe-se manter uma escolha criteriosa das opções de tratamento, garantindo os recursos adequados sem pôr em causa a segurança e bem-estar do paciente”, defende o diretor clínico.

Relativamente à questão sobre se investir em práticas sustentáveis é um custo ou uma oportunidade, Sónia Miranda considera que algumas medidas podem implicar um investimento financeiro maior, mas, cada vez mais, existem apoios e incentivos para a sua implementação por parte das empresas. “Os edifícios já estão preparados e são construídos com fontes de energia renováveis e muito mais eficientes na utilização das fontes de energia e outros recursos.” Muitas vezes, defende, a dificuldade maior “pode ser relativa à implementação das medidas que não têm qualquer necessidade de investimento financeiro, mas que exigem tempo, planeamento, formação e comunicação”.

O facto de os médicos veterinários apostarem com maior frequência na formação em gestão e na administração tem ajudado ao planeamento e à implementação destas medidas, refere a diretora clínica. Implementar práticas sustentáveis num CAMV “é um desafio”, defende Bruno Tavares. “Mas, com um plano bem estruturado e o compromisso da equipa é viável.” Para tal, é necessária uma avaliação inicial sobre o impacto ambiental da organização e identificar áreas onde exista espaço para melhorias, sublinha. “Em seguida, há que estabelecer metas bem definidas, claras e mensuráveis. O envolvimento e a adoção por parte da equipa é também determinante.”

A implementação de medidas sustentáveis não pode acontecer de uma só vez. Já se sabe que assim não funcionará. Não há ilusões a esse respeito. Deve ser gradual com a introdução de pequenas mudanças e de programas de reciclagem, ou mesmo, a adoção de políticas de compras sustentáveis. “Posteriormente, é necessário monitorizar e avaliar com regularidade o progresso relativo a essas metas.” Para chegar a bons resultados, “é preciso contar com a disponibilidade da direção clínica e da equipa, para uma aprendizagem contínua e a adoção de mudanças essenciais para manter o progresso ao longo do tempo”. São estes alguns dos pressupostos que Bruno Tavares considera imprescindíveis para manter o compromisso com a sustentabilidade a longo prazo.

Para Rita Vicente, “só custa começar”. Existe sempre um custo inicial envolvido, mas, a longo prazo, “os benefícios são notórios, mesmo a nível monetário”. Para os colegas que tenham algum receio de apostar nestas práticas, a médica veterinária sugere começar passo a passo, por pequenas mudanças. Afinal, “é sempre possível fazer a diferença”.

A preocupação com a sustentabilidade é cada vez mais visível. Para tal, têm contribuído as novas gerações. “Julgo que é uma preocupação cada vez maior de toda a sociedade e que se reflete também na medicina veterinária”, assinala Sónia Miranda. E esta não é uma prática exclusiva do território nacional. “As práticas sustentáveis no CAMV em Portugal estão a ganhar importância e estão alinhadas com as tendências observadas noutros países europeus”, assinala Bruno Tavares. Embora possam existir “variações na implementação, adoção e manutenção dessas práticas de um país para o outro, é evidente a preocupação crescente da comunidade veterinária europeia”, acrescenta.

Sónia Miranda, diretora clínica da AniCura Atlântico Hospital Veterinário considera que, muitas vezes, a maior dificuldade “pode ser relativa à implementação das medidas que não têm qualquer necessidade de investimento financeiro, mas que exigem tempo, planeamento, formação e comunicação”.

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A médica veterinária considera que “é inevitável que todos os envolvidos na prestação de cuidados a animais estejam atentos a questões socioambientais, uma vez que isso não só é positivo para a sociedade, mas também tem um impacto positivo na redução de custos e na criação de processos mais eficientes”. Também para a diretora clínica, pequenas mudanças na rotina do CAMV podem levar a reduções significativas, por exemplo, na utilização de recursos materiais e na geração de resíduos.

Ao nível da prática clínica, as técnicas usadas pela CascaisVet, sejam a acupuntura, a ozonoterapia, a magnetoterapia ou a laserterapia, por exemplo, necessitam de muito pouco material e não envolvem muitos recursos. “Se, em vez de um tratamento convencional com antibioterapia, por exemplo, conseguirmos tratar com laserterapia, será benéfico para todos e com um desperdício zero e também com benefícios adicionais a nível do ecossistema, saúde individual do animal, poupança de tempo para o tutor, etc.” Ainda que reconheça o investimento inicial nos equipamentos destes tratamentos, considera que “os benefícios no planeta e na Saúde Pública, em geral, são incalculáveis”.

O investimento em equipamentos em segunda mão neste CAMV tem contribuído para a economia circular. “Estamos em sintonia com as guidelines internacionais One Health, continuamos a evitar o recurso excessivo a antibióticos e outros químicos, uma vez que põem em causa todo o ecossistema e a nossa sobrevivência a médio e longo prazo.” Também a aposta crescente em VacciCheck’s e em testes de flutuação de fezes têm permitido evitar o consumo excessivo de desparasitação interna na CascaisVet. E, consequentemente, também “as inflamações e desregulações do microbioma que, a longo prazo, são prejudiciais à saúde dos nossos animais”. À medida que a clínica foi crescendo, também houve a necessidade de melhorar a capacidade de organização interna de produtos. Desta forma, existe a preocupação de reaproveitar móveis, entre outros elementos, dando-lhes uma nova vida e função. “Sempre que possível, gostamos de seguir a filosofia ‘Nada se perde, tudo se transforma’. Continuamos a optar e a procurar no mercado empresas que vão ao encontro da nossa filosofia. Ainda é um pouco difícil, mas temos sentido uma mudança nos últimos quatro anos e ficamos felizes por isso”, assinala Rita Vicente.

As medidas que têm sido implementadas no AniCura Atlântico Hospital Veterinário também têm correspondido ao impacto que o trabalho da medicina veterinária tem na perspetiva One Health. “É essencial a mobilização dos vários intervenientes deste para garantir o bem-estar de todos e minimizar os riscos para a saúde humana, animal e dos ecossistemas”, explica Sónia Miranda. Têm sido implementadas medidas e práticas sustentáveis que vão ao encontro a missão do CAMV, com medidas e práticas sociais e ambientalmente responsáveis, protegendo os animais, o meio ambiente e valorizando o bem-estar de toda a sociedade. “É esta a experiência que posso partilhar com os meus colegas.”

Sensibilizar os colegas para outra vertente sustentável

Como ação de sensibilização da sociedade perante as alterações climáticas e numa perspetiva completamente diferente, Bruno Tavares associou-se ao médico veterinário Luís Montenegro, com o qual partilha a paixão pela conservação dos oceanos e pela pesquisa marinha. A Expedição Científica One Health Montenegro acontece entre os dias 8 e 12 de junho deste ano. “Planeámos uma viagem única e significativa a bordo do icónico navio Santa Maria Manuela, entre Lisboa e Leixões, para comemorar e assinalar os 25 anos de existência do Hospital Referência Veterinária Montenegro e incluir uma ação positiva sobre a conservação da natureza e preservação do futuro da humanidade e animais”. Com um total de 44 pessoas a bordo, o compromisso passa por contribuir para a missão de proteger e preservar os oceanos, promovendo a consciencialização pública e a pesquisa científica.

Esta viagem será uma oportunidade para criar impacto positivo no contexto One Health, envolvendo médicos veterinários, especialistas em saúde marinha e cientistas para avaliar a saúde dos ecossistemas marinhos e compreender o impacto das atividades humanas nos oceanos. “Incluirá a recolha de amostras para pesquisa de novas moléculas antibióticas, ajudando a preservar tanto a biodiversidade marinha quanto a saúde pública”, explica Bruno Tavares. Além disso, a expedição envolve a promoção da consciencialização para a saúde dos oceanos, que está intrinsecamente ligada à saúde global, destacando os benefícios da conservação marinha na medicina veterinária.

Direitos reservados | Transformação digital: Radiografia dentária intraoral na Clínica Veterinária Boa Nova

 

*Artigo publicado na edição 181, de abril, da VETERINÁRIA ATUAL.

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