Qual a situação atual da leishmaniose em Portugal? Os dados mais recentes apontam para um aumento assinalável da seroprevalência da infeção no nosso País, em cães, gatos e humanos. Tendo em mente este cenário, vamos perceber o que ditam as novas investigações.
Em Portugal, o último estudo, que foi realizado em 2021, tendo abrangido mais de 1800 cães, revelou que a seroprevalência da infeção por Leishmania era de 12,5%, valor que representa praticamente o dobro dos 6,3% registados no último inquérito epidemiológico nacional, realizado em 2012.
No Podcast da Veterinária Atual sobre leishmaniose Liliana Silva, médica veterinária especialista em parasitologia, comenta esta evolução. “Não podemos esquecer que, ainda assim, em algumas zonas do interior do País, particularmente no interior e no Algarve, temos áreas com prevalência superior a 50%, o que é bastante preocupante e vemos que tem vindo a aumentar nos últimos anos.”
Relativamente ao risco de infeção, o mesmo estudo realizado em 2021 indicou maior propensão no caso dos animais com mais de dois anos, residentes em zonas do interior do País e aos quais não eram aplicados quaisquer tipos de repelentes.
Liliana Silva denota ainda a existência de mais reservatórios em gatos. “Um estudo de 2015 referiu que na altura existiam 3,7% gatos positivos, já no ano de 2020 os seropositivos passaram para 5,4%. De referir que, nestes casos, não foram só identificados parasitas de leishmania infantum, mas também híbridos, com outras espécies, o que nos mostra que temos o parasita a circular em Portugal.”
Ouça o podcast na íntegra aqui.