O secretário de Estado da Agricultura e Alimentação anunciou hoje (18 de outubro) em Madrid, à margem da visita ao stand da Portugal Fresh na Fruit Attraction, feira dedicada aos hortofrutícolas, que o Governo está a “fazer o levantamento dos prejuízos para dar ajuda aos produtores afetados pelos incêndios” deste fim-de-semana, no prazo “máximo de duas semanas”.
Luís Medeiros Vieira afirmou que os apoios serão dirigidos “a dar ajuda imediata para a alimentação animal durante este período em que não é possível alimentar os animais nas zonas em que houve incêndios” e será também criada “uma linha de apoio ao investimento que permita repor a produção” ou seja, para “equipamentos, alfaias agrícolas, armazéns e culturas permanentes”.
O governante salientou que, apesar de ainda estar a ser feita a avaliação, “sabemos que os prejuízos são elevados no setor agrícola, principalmente na pecuária de pequenos e grandes ruminantes, mas também na avicultura”.
Nesta altura estão já no terreno técnicos da Direção-Geral da Alimentação e Veterinária, a trabalhar em conjunto com as Câmaras Municipais e médicos veterinários “para enterrar ou recolher os cadáveres dos animais mortos nos fogos”, disse ainda o secretário de Estado da Agricultura.
OMV apela à solidariedade dos portugueses
Também esta quarta-feira (18 de outubro), a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) emitiu um comunicado em que apela à solidariedade dos portugueses para dar resposta às necessidades dos animais afetados pelos incêndios.
Jorge Cid, bastonário da OMV, explica que “esta tragédia que ceifou a vida a milhares de animais deixou outros milhares numa situação de completa escassez de alimentos, como palha, feno e alimentos compostos.”
A OMV refere que “o setor da avicultura, que representa cerca de 60% da atividade da região Centro do país, foi o mais afetado com a morte de milhares e milhares de aves, a destruição total de pavilhões e ainda do maior centro de incubação do país.” Por tudo isto têm chegado à Ordem dos Médicos Veterinários inúmeros pedidos de ajuda para dar resposta à escassez de alimentos para os animais sobreviventes, com especial destaque para os ruminantes.
“Esta escassez deve-se também ao facto de as condições climatéricas deste ano terem sido completamente adversas à produção de géneros alimentícios para os animais e haver poucos stocks para dar resposta a este tipo de emergências. Nesse sentido, a Ordem vem apelar, com sentido de urgência, à mobilização dos portugueses para apoiarem estes animais através da doação de alimentos, em especial palha e feno. A Ordem disponibiliza ainda uma conta solidária para onde os portugueses podem contribuir com um donativo cuja verba angariada será totalmente canalizada para a compra de alimentos e medicamentos. IBAN: PT50 0033 0000 00132948492 05”, pede a OMV.
A Ordem dos Médicos Veterinários já disponibilizou entretanto algumas verbas para a compra de 40 toneladas de palha e feno que serão entregues em Oliveira do Hospital e na Lousã.