Think4Jobs é uma iniciativa que reúne cinco países europeus, com sede na Grécia, que visa aproximar as exigências académicas ao mercado de trabalho, tendo como principal foco o pensamento crítico. Em Portugal, as instituições parceiras selecionadas foram a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Évora e o Hospital Veterinário do Atlântico. Em entrevista, o coordenador do projeto Think4Jobs no Hospital Veterinário do Atlântico, Rúben Silva, explica as fases deste projeto.
Quem são os membros da Think4Jobs (T4J) e qual a relação com a medicina veterinária?
Como referido anteriormente, fazem parte do projeto diversas instituições europeias. Em cada país foram selecionadas uma organização de ensino superior e uma formação graduada (curso). Em Portugal foi a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Évora e uma organização que representa a entidade laboral, o Hospital Veterinário do Atlântico. Contudo, o projeto não se fica pela área da medicina veterinária, e através das entidades dos outros países abrangem-se outras formações como as Línguas, a Economia e a Informática, por exemplo.
Em que consiste o projeto?
O T4J é um projeto para três anos, que apresenta como objetivos principais entender de que forma o conceito de pensamento crítico é conceptualizado no mercado de trabalho e na academia, definir a melhor forma de estimulá-lo e avaliá-lo e finalmente adequar todo esse conhecimento a melhores práticas de ensino de forma a proporcionar aos alunos as melhores bases para mais tarde ingressarem no mercado de trabalho com a maior facilidade e preparação possíveis.
Numa fase inicial, o projeto focou-se na obtenção de dados pela entrevista de alunos, estagiários, empregadores e professores de forma a identificar as diferenças atuais entre o que se faz nas entidades de ensino e o que esperam as entidades laborais encontrar nos recém-formados. Esta fase mostrou que, embora o pensamento crítico seja pretendido em ambas as partes, nem sempre o mercado de trabalho e a academia usam uma linguagem comum.
Numa segunda fase, desenharam-se e testaram-se estratégias de aprendizagem desenvolvidas no projeto, e resultantes da colaboração entre parceiros do mercado de trabalho e das Instituições de Ensino Superior, para minimizar as diferenças anteriormente identificadas.
Em última análise o projeto pretende criar e difundir recomendações que permitam implementar este tipo de estratégias de forma mais abrangente.
  A cooperação entre a UÉvora e o HVA permitiu unir diferentes contextos, proporcionando a alunos e estagiários não só uma maior coerência entre a sua realidade atual e o futuro papel que desenrolarão nas suas entidades empregadoras, como o desenvolvimento das capacidades mais adequadas e valorizadas no mercado de trabalho atual.
Qual o papel da universidade de Évora e do HVA no projeto?
Ambas as entidades assumiram a responsabilidade de trabalhar com os alunos e estagiários de forma a obter os dados anteriormente referidos e de numa fase posterior aplicar as medidas desenhadas pelo projeto.
A cooperação entre a UÉvora e o HVA permitiu unir diferentes contextos, proporcionando a alunos e estagiários não só uma maior coerência entre a sua realidade atual e o futuro papel que desenrolarão nas suas entidades empregadoras, como o desenvolvimento das capacidades mais adequadas e valorizadas no mercado de trabalho atual. Entre elas, claro, o pensamento crítico.
Em que fase se encontra o projeto neste momento?
Atualmente os diferentes parceiros estão a aplicar as medidas desenhadas pelo projeto em diferentes unidades curriculares. Em breve estarão a recolher dados que permitirão, de forma mais concreta, avaliar os resultados da fase piloto. Estamos também a preparar alguns artigos que serão em breve publicados sobre o tema. E no final do mês de março teremos uma reunião com todos os parceiros em Bucareste, que tem vindo a ser adiada devido à pandemia, mas que será uma forma de discutir novas ideias e promover os laços entre os diferentes parceiros do projeto.