Um estudo promovido pelo Charité University Hospital Berlin, na Alemanha, revelou que os cães e gatos saudáveis podem transmitir organismos resistentes a medicamentos para tutores hospitalizados. Ao mesmo tempo, os humanos podem estar a transmitir estes micróbios aos seus animais de companhia. Segundo explica o The Guardian, os investigadores notam que o risco de infeção cruzada é atualmente baixo.
O estudo envolveu mais de 2800 pacientes do Charité University Hospital Berlin e os seus animais de companhia. Através da sequência genética, foram identificadas as espécies de bactérias em cada amostra e a presença de genes resistentes a medicamentos. No total, 30% dos pacientes testaram positivo para a presença destes organizamos. Desses, 11% eram tutores de cães e 9% de gatos.
Os tutores de animais de companhia foram convidados a enviar amostras dos seus animais e mais de 300 o fizeram. Destas amostras, 15% dos cães e 5% dos gatos testaram positivo para pelo menos um organismo resistente a medicamentos.
Em quatro casos, verificou-se que estes micróbios eram da mesma espécie e apresentavam a mesma resistência aos antibióticos entre os animais de companhia e os seus tutores. A sequenciação do genoma completo confirmou que apenas um dos pares correspondentes era geneticamente idêntico num cão e no seu dono.
“Embora o nível de partilha entre pacientes hospitalizados e seus animais de companhia no nosso estudo seja muito baixo, os portadores podem transmitir bactérias no seu ambiente por meses, e eles podem ser uma fonte de infeção para outras pessoas mais vulneráveis no hospital, como aqueles com um sistema imunológico fraco e os muito jovens ou idosos”, diz a investigadora Carolin Hackmann .