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Estudo analisa prevalência de epilepsia em cães braquicefálicos e não braquicefálicos

Estudo analisa prevalência de epilepsia em cães braquicefálicos e não braquicefálicos iStock

Cães de raças braquicefálicas, como pugs e buldogues, apresentam maior risco de desenvolver epilepsia estrutural, enquanto os cães não braquicefálicos são mais propensos à epilepsia idiopática.

A conclusão é de um estudo, que analisou mais de 450 casos clínicos de cães com epilepsia, com o objetivo de identificar possíveis correlações entre a morfologia craniana e os tipos mais comuns da doença.

 

A epilepsia canina pode ser classificada em dois grandes grupos: epilepsia estrutural, causada por alterações anatómicas ou lesões cerebrais identificáveis (como malformações, tumores ou sequelas de traumatismos), e epilepsia idiopática, de origem genética, sem causa estrutural visível em exames de imagem.

De acordo com os investigadores, a epilepsia estrutural foi diagnosticada com maior frequência em cães de raças braquicefálicas. Essas raças têm maior predisposição a malformações cerebrais congénitas, que afetam diretamente o sistema nervoso central. Por outro lado, a epilepsia idiopática foi mais comum em cães de crânio normal ou alongado.

 

“Estes resultados sugerem que a configuração craniana deve ser considerada uma variável de risco relevante durante a avaliação neurológica de cães com crises epiléticas”, destacam os autores do estudo.

A análise também revelou que os cães braquicefálicos com epilepsia estrutural tendem a apresentar sintomas neurológicos adicionais, como alterações no equilíbrio, comportamento anormal e défices motores. Esses sinais ajudam a diferenciar os tipos de epilepsia e a orientar o diagnóstico precoce por parte dos médicos veterinários.

 

Outro fator de destaque no estudo foi a utilização de exames de imagem avançados, como ressonância magnética, que permitiram identificar lesões cerebrais estruturais com maior precisão, com os cientistas a avançarem que este exame tem sido fundamental para melhorar a classificação e o tratamento da epilepsia em medicina veterinária.

Os investigadores alertaram ainda para a importância de reforçar o acompanhamento neurológico nos cães braquicefálicos, não apenas pela maior prevalência de epilepsia estrutural, mas também pelas múltiplas condições de saúde associadas à sua morfologia, como dificuldades respiratórias, alterações oculares e problemas dermatológicos.

 

“Com estes dados, esperamos que médicos veterinários possam adotar uma abordagem mais personalizada no diagnóstico e tratamento da epilepsia, considerando o perfil anatómico e genético de cada paciente”, enfatizam os autores do estudo.

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