Para assinalar o Dia Mundial da Esterilização, que se comemora hoje, dia 27 de fevereiro, a British Small Animal Veterinary Association (BSAVA) analisou novos estudos científicos que abordam diferentes métodos e implicações relacionadas com esterilização.
Dor e recuperação em gatos: cirurgia tradicional vs laparoscopia
Um dos estudos avaliados comparou a dor e o stress pós-operatório entre duas técnicas cirúrgicas em gatos: a ovariohisterectomia e a ovariohisterectomia laparoscópica. Foram avaliados 30 gatos saudáveis, concluindo-se que os submetidos à ovariohisterectomia laparoscópica registaram níveis de dor significativamente menores em 1, 4 e 8 horas após a cirurgia, além de menores níveis de cortisol, um indicador do stress.
Estes benefícios foram obtidos sem aumento do tempo cirúrgico ou complicações adicionais, indicando que a ovariohisterectomia laparoscópica pode ser um método preferível devido ao maior conforto dos animais.
Bloqueio do quadrado lombar reduz dor em gatas submetidas à ooforectomia
Outro estudo avaliou a eficácia do bloqueio do quadrado lombar como técnica analgésica durante a ovariectomia em gatas. O estudo, com 37 animais saudáveis, mostrou que o grupo que recebeu o bloqueio lombar guiado por ultrassom apresentou uma necessidade “significativamente menor” de analgésicos intraoperatórios adicionais (como fentanil) comparado ao outro grupo que não usou esta técnica, não tendo sido registadas complicações ou efeitos adversos.
Esterilização de cadelas mais tarde reduz risco de incontinência urinária
Um terceiro estudo abordou a relação entre a idade da esterilização e o risco subsequente de incontinência urinária em cadelas. Ao analisar uma população de mais de 30 mil cadelas, concluiu-se que os animais esterilizados mais tarde (entre os 7 e 8 meses de idade) têm um risco 20% inferior de desenvolver incontinência urinária precoce do que aqueles esterilizados precocemente (por volta dos 3 meses).
Protocolos analgésicos para coelhos submetidos à esterilização
A BSAVA também destacou um estudo sobre os efeitos cardiorrespiratórios, gastrointestinais e analgésicos do fentanil e da lidocaína em coelhos submetidos à ovariohisterectomia.
Este estudo, com 19 coelhos, analisou o uso de lidocaína, fentanil e fentanil + lidocaína, tendo concluído que o fentanil e o fentanil + lidocaína causaram uma redução no peso corporal nos sete dias seguintes de pós-operatório, uma redução na ingestão de água e alimentos e também na produção fecal, principalmente durante os dois primeiros dias do pós-operatório, assim como uma redução da frequência cardíaca e respiratória dos animais.
Da mesma forma, os coelhos que receberam lidocaína isoladamente necessitaram de concentrações mais altas de isoflurano, sugerindo que a utilização de lidocaína deve ser incluída apenas em analgésicos multimodais.