Dados do último estudo da Royal Veterinary College (RVC), publicado no VetRecord, sobre insolações em animais de companhia revelaram que o número de casos de insolação aumentou cinco vezes durante os períodos de alerta de calor entre junho e agosto de 2022, com casos de morte em um em cada quatro cães afetados.
Após o verão quente de 2022, uma investigação British Veterinary Association (BVA) revelou que um em cada 10 (9%) veterinários de pequenos animais verificou, pelo menos, um cão afetado por insolação depois de este ter sido deixado num carro durante um período de calor intenso.
O estudo também revelou que os passeios durante um clima quente podem representar um risco ainda maior, com quase quatro vezes mais veterinários (38%) a referirem ter visto, pelo menos, um cão afetado por insolação depois de ser passeado na rua num dia quente.
A investigação também concluiu a importância de os tutores estarem preparados para ‘arrefecer’ os cães que estão a sofrer de calor extremo no corpo, uma vez que evitar atividades durante os períodos mais quentes pode não ser suficiente para mantê-los seguros.
“Os cães realmente morrem em carros quentes ou em passeios em dias de calor. Na dúvida, aconselhamos a não sair de casa. Quando um tutor dá conta de um cão com calor extremo no corpo, o nosso conselho é que o arrefeça imediatamente e o transporte para um local fresco. Quanto mais tempo permitirmos que os nossos animais permaneçam quentes, mais danos podem ocorrer e mais probabilidade terá de morrer por insolação”, explicou Emily Hall, professora e investigadora no Royal Veterinary College.
A especialista também destaca a importância de os tutores reconhecerem quais os fatores que podem colocar os animais em risco de insolação – como cães mais velhos, maiores, com sobrepeso, com muito pelo ou com problemas respiratórios.
“Mesmo com temperaturas mais baixas, os animais de companhia ainda estão em risco, algo que alguns tutores podem não perceber. Seja qual for a raça, ou independentemente de o animal parecer gostar, ou não de sol, todos os animais estão em risco. Alertamos os tutores a dedicar algum tempo a perceber como podem reduzir o risco de insolação e até salvar as suas vidas”, concluiu a investigadora.