A Federação de Veterinários da Europa (FVE), com o apoio da CM Research, revelou os resultados do terceiro Inquérito à Profissão Veterinária na Europa, que contou com 12 397 respostas de 37 países europeus, membros da FVE. Qual é o retrato da medicina veterinária na Europa?
Os resultados mostram que a profissão está em crescimento, tendo o número de profissionais aumentado 6% desde 2018 para os 328 494. Tal representa 0,42 veterinários por cada mil habitantes.
O retrato típico de um profissional é provavelmente uma mulher, entre os 29 e os 35 anos, com experiência de trabalho entre os seis e os dez anos, empregada em part-time num CAMV ou na indústria. Muito provavelmente trabalha em serviços relativos a animais de companhia e ganha 48 mil euros por ano.
O peso do feminino na veterinária já é de 65%. Até 65% dos veterinários a tempo inteiro e mais de metade (56%) dos gestores veterinários são mulheres. A prevalência de mulheres já é visível em todas as faixas de experiência na área: cinco ou menos anos – 81%, seis a dez anos – 74%, mais de 11 anos – 58%. Apesar destes valores, é mais provável um homem ser gestor veterinário que uma mulher (29% contra 20%).
O retrato típico de um profissional é provavelmente uma mulher, entre os 29 e os 35 anos, com experiência de trabalho entre os seis e os dez anos, empregada em part-time num CAMV ou na indústria. Muito provavelmente trabalha em serviços relativos a animais de companhia e ganha 48 mil euros por ano.
“Embora certamente os números indiquem uma trajetória para as mulheres eventualmente superarem os homens em todos os papéis e setores, ainda há algum caminho para que as mulheres dominem a veterinária”, pode ler-se no relatório.
Em termos de idades, a maioria dos profissionais conta com menos de 45 anos (a idade mediana é 44 anos). 67% dos veterinários trabalham no setor privado, principalmente em CAMV independentes. Apesar de 66% trabalhar a tempo inteiro, os mais jovens (com 39 ou menos) têm apostado na flexibilidade, com 49% destes a trabalharem em part-time. Na Europa, apenas 27% dos veterinários são gestores de CAMV.
O número de pequenos CAMV está em declínio: em 2018, os consultórios compostos por um ou dois funcionários representavam 43% do total, mas hoje representam 32%. Em contrapartida, registou-se um ligeiro aumento (2%) no número de empresas com 11-30 trabalhadores, que representam agora uma fatia de 12% de todas as empresas, e um aumento de 3% no número de CAMV com 31-50 funcionários (até 4%).
67% dos veterinários trabalham no setor privado, principalmente em CAMV independentes
Os veterinários estão satisfeitos com a sua escolha profissional (pontuação média de sete em dez). No entanto, a satisfação com o balanço entre vida pessoal e trabalho (cinco em dez) e rendimento (5,5 em dez) é menor.
Os rendimentos variam na Europa, com a Suíça e a Irlanda a registarem os maiores valores (mais de 85 mil euros por ano) e a Sérvia e a Roménia os menores (menos de 14 500 por ano). Os salários médios anuais para aqueles que trabalham em CAMV com 31-50 funcionários são os mais elevados – 72 mil euros. O segundo salário mediano mais elevado é o dos veterinários que trabalham em CAMV com 51 a 100 funcionários (60 mil euros). Os homens (55 360 euros) ganham mais que as mulheres (46 400 euros).
Os mais jovens (com 39 ou menos) têm apostado na flexibilidade, com 49% destes a trabalharem em part-time
A semana de trabalho dos veterinários europeus diminuiu desde 2015. Normalmente, são contratados para trabalhar 36,9 horas por semana (e normalmente trabalham 42,4 horas). Há oito anos, eram normalmente contratados para trabalhar 40,2 horas por semana (mas normalmente trabalhavam 46,8 horas).
Os níveis de stress estão a aumentar, com mais de 90% a registarem estarem sob essa condição. Quase 23% teve de tirar mais de duas semanas fora do trabalho devido à depressão, burnout, exaustão ou fatiga de compaixão nos últimos três anos.
Os salários médios anuais para aqueles que trabalham em CAMV com 31-50 funcionários são os mais elevados – 72 mil euros
Quando questionados sobre a probabilidade de deixarem o setor, um quarto afirma que é provável que abandone a profissão. Olhando para o futuro, os profissionais esperam ver uma maior procura pelos serviços de cuidados com animais de companhia e exóticos, mas um declínio na procura para equídeos, caprinos e ovinos. Os serviços especializados e a telemedicina são vistas como áreas de prática em crescimento.
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