Este ano vai marcar presença no Congresso da Ordem dos Médicos Veterinários para abordar a importância do marketing. Quais os principais temas que vai abordar?
Na realidade não vamos falar somente em marketing, mas sim de rentabilidade, ou seja, quanto é normal que se ganhe numa clínica veterinária ou quais os fatores que fazem com que algumas clínicas sejam mais rentáveis que outras. Vamos falar ainda de medicina preventiva e planos de saúde, do fenómeno ‘low cost’ e das suas implicações para as clínicas veterinárias. Digo ‘vamos falar’ (e não ‘vou falar’) porque estou muito interessado em ouvir os colegas portugueses e aprender com as suas experiências.
Na sua palestra vai abordar os key performance indicators. O que são e como podem ajudar a melhorar a saúde das clínicas veterinárias?
Os KPI (key performance indicators) são para uma empresa o que um painel de instrumentos é para um automóvel ou para um avião: são os relógios que nos permitem saber se o rumo é o correto, se a velocidade é a adequada, se temos gasolina suficiente. Se estiverem bem desenhados, os KPI permitem ao dono da clínica identificar de forma rápida o estado de saúde económica do seu negócio.
Quais as principais dificuldades com que se deparam os veterinários hoje em dia para gerir uma clínica?
Nos países do sul da Europa diria que sem dúvida é a proliferação selvagem de centros veterinários. Isto provoca uma competição brutal (habitualmente no que diz respeito aos preços), o que acaba por degradar a qualidade do serviço, a rentabilidade (e por isso a capacidade de reinvestimento em equipamento e pessoal), bem como a própria autoestima profissional.
Qual a sua opinião sobre a veterinária de baixo custo? É uma oportunidade ou um suicídio?
É um suicídio para 99% dos veterinários. Em cada área só pode haver um vencedor com a estratégia de low cost. A pior posição do mundo é ser ‘o segundo mais barato’ da cidade…
Mas as clínicas de baixo custo vão continuar a aparecer?
Temo que sim, que em desespero pela competição e perante a falta de criatividade mais veterinários vão cair nessa armadilha.
Qual o futuro do negócio: baixar preços ou apostar na qualidade?
Acho que, no fundo, todos os veterinários conhecem a resposta. Preços baixos levam a salários mais baixos e a baixa rentabilidade. Com rendimentos baixos não podem investir em tecnologia. E com salários baixos não podem investir em pessoas talentosas.
Nota: Ler a entrevista na íntegra na edição de novembro da VETERINÁRIA ATUAL