Segundo o jornal Público, o documento intitulado “Investigação aos Zoos da EU 2011” conclui que a maioria dos jardins zoológicos está a falhar no cumprimento da legislação sobre preservação de espécies e o bem-estar animal. No geral, os 200 parques investigados durante os últimos três anos “não cumprem as expectativas nem os padrões legais que lhes são exigidos”, diz Daniel Turnes, porta-voz da organização não-governamental (Born Fere), responsável pelo estudo.
Em Portugal foram analisados dez parques zoológicos: Jardim Zoológico de Lisboa, Zoo da Maia, Zoomarine, Lourosa Zoo, Zoo de Lagos, Parque Biológico de Gaia, Monte Selvagem Reserva Animal, Fluviário de Mora, Europaradise Park e Badoca Park. Destes, quatro são geridos pelos municípios e seis são privados. No total foram identificadas 495 espécies em 459 instalações.
Os resultados da investigação revelam que “os parques zoológicos em Portugal não dão uma contribuição significativa para a conservação das espécies ameaçadas”. Os contributos para a conservação das espécies no geral são “modestos e não significativos”. O relatório adianta ainda que há casos em que o público corre “risco de lesão ou de transmissão de doenças” devido à fragilidade das instalações e à falta de barreiras de isolamento e de pessoal. “O público poderia potencialmente entrar em contacto direto com animais selvagens potencialmente perigosos e poucos dos parques zoológicos aparentavam reconhecer estes riscos e informar os visitantes em conformidade”.
Em relação às condições de vida e bem-estar animal, o relatório conclui que 81% das instalações analisadas não cumprem os padrões mínimos exigíveis. O documento debruça-se especialmente sobre os delfinários existentes no Jardim Zoológico de Lisboa e no Zoomarine, sobre os quais pede “uma investigação mais aprofundada” por parte das autoridades portuguesas quanto às condições daqueles espaços. O relatório recomenda às autoridades, nomeadamente ao Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e ao Ministério do Ambiente, que procurem banir dos parques zoológicos as atuações com animais, que dão uma “visão distorcida do comportamento natural” das espécies.