Quantcast
Animais de produção

Venda de antibióticos para animais de produção cai 53% no Reino Unido

veterinario animais de producao

As vendas de antibióticos para animais produtores de alimentos registaram uma queda de 53% nos últimos quatro anos, no Reino Unido, enquanto os antibióticos de importância crítica (HP-CIA) diminuíram 68%, revelou o relatório Veterinary Antibiotic Resistance and Sales Surveillance Report 2019, divulgado no final de outubro.

“Somos o menor utilizador de antibióticos entre os países da União Europeia com pecuária significativa e o quinto menor utilizador em geral”, comentou Peter Borriello, diretor-executivo da Veterinary Medicines Directorate do Reino Unido, agência que regula a saúde animal, saúde pública e o ambiente, e responsável pela divulgação do documento.

 

Em 2018, a quantidade total de ingrediente ativo antibiótico vendido no Reino Unido foi de 226 toneladas. As vendas de HP-CIA em animais produtores de alimento caíram mais 0,4 toneladas (18%) comparativamente a 2017, que já registava valores baixos, representando uma queda de 3,1 toneladas (66%) desde 2014.

O vice-presidente júnior da British Veterinary Association (BVA), James Russell, referiu que “a resistência antimicrobiana continua a ser uma grande preocupação para os veterinários”, acrescentando que é necessário “manter esta dinâmica em relação à atual ameaça global”.

 

“Embora seja vital continuarmos a desenvolver estas conquistas através de metas específicas baseadas em evidências para reduzir ou substituir o uso de antibióticos, uma grande parte das futuras mudanças envolverá a promoção da saúde e do bem-estar animal através de estratégias de prevenção de doenças, como o aumento do uso de vacinas”, sublinhou.

Caso português

 

Em relação à situação em Portugal, o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica de Medicamentos Veterinários (APIFVET), Jorge Moreira da Silva, contactado pela VETERINÁRIA ATUAL, explicou: “No relatório ESVAC [European Surveillance of Veterinary Antimicrobial Consumption] existe uma diminuição do consumo de antibióticos em Portugal. Se APIFVET: “Portugal era o único país sem uma associação da indústria de medicamentos veterinários”bem que só sejam monitorizados os que são utilizados para animais de produção. Essa tendência é, na minha opinião, para manter, devido ao aumento das medidas de biossegurança e a utilização de mais medicamentos veterinários biológicos. Agora, o que preocupa e muito a APIFVET é a automedicação e a venda sem receita médico-veterinária de antibióticos para animais de companhia nalguns estabelecimentos. Além disso, só se devem usar antibióticos que tenham autorização de venda para animais de companhia e não se devem usar as últimas gerações de antibióticos, que não têm autorização de venda em animais de companhia, para o bem de todos nós, no futuro.

Jorge Moreira da Silva reforçou, também, que “não se pode diabolizar os antibióticos, pois são uma excelente terapêutica, desde que seja usado o antibiótico certo na doença certa, na altura certa, na quantidade e duração certa, e nos animais de produção respeitem os intervalos de segurança.”

 

O novo Plano Nacional de Combate à Resistência aos Antimicrobianos vai ser apresentado este mês, no próximo dia 18 de novembro, na Sociedade de Geografia de Lisboa.

*com Ana Tavares.

Este site oferece conteúdo especializado. É profissional de saúde animal?