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UE: Frutas e legumes deverão ser distribuídos gratuitamente nas escolas

UE: Medidas que facilitam acesso à saúde em vigor dentro de dois anos

De forma a combater a crescente tendência de obesidade entre os mais novos, a Comissão Europeia vai disponibilizar a todos os membros da União Europeia (UE) 90 milhões de euros anuais para financiar um programa de distribuição gratuita de frutas e legumes nas escolas.

Destinado a crianças entre os seis e os dez anos, cujo número, na UE, ronda os 26 milhões, o programa deverá entrar em vigor no ano lectivo 2009/2010 e pretende promover junto dos jovens «hábitos alimentares saudáveis».
De acordo com dados disponibilizados pelo jornal “Público”, existem mais de cinco milhões de crianças obesas e outros 22 milhões com excesso de peso, sendo que a tendência continua a ser de subida, uma vez que se estima um aumento de 400 mil por ano.
Números referentes ao ano passado indicam que a obesidade é responsável por 6% das despesas de saúde, sobretudo nas doenças cardiovasculares e na diabetes tipo 2.
Por outro lado, ao contrário do que se poderia pensar, estudos de vários países, incluindo Portugal, revelam que a obesidade passou a ter maior incidência nas classes mais pobres. Um cenário que, segundo João Breda, da Plataforma Nacional Contra a Obesidade, pode ser explicado pelo facto dos alimentos calóricos serem mais acessíveis.
Para a Comissão Europeia, este programa, aprovado ontem, permitirá alterar a situação, uma vez que a distribuição gratuita de frutas e legumes nas escolas «terá um impacto social positivo, reduzindo igualdades na saúde».
A adesão ao programa é gratuita, sendo que, aos países que aderirem, a Comissão assegurará um financiamento de 50% (pode atingir os 75% nos mais pobres) das iniciativas adoptadas.
As frutas e os vegetais passaram a ser obrigatórios nas ementas escolares de muitos países da UE. Agora, a diferença é que, no futuro, se pretende uma distribuição gratuita, como já acontece, em Portugal, com o leite e, noutros países (Espanha e Irlanda), com aqueles produtos.
«São muitas as crianças à nossa volta que não comem frutas e legumes em quantidades suficientes e que, frequentemente nem sabem apreciar o seu sabor. Basta passear em qualquer grande avenida da Europa para observar a dimensão dos problemas relacionados com o excesso de peso das crianças. Chegou o momento de tomarmos medidas», constatou o comissário responsável pela Agricultura, Mariaan Fischer Boel.
Por consistir também num compromisso assumido, em Junho de 2007, nas negociações para a reforma da organização do mercado das frutas e dos produtos hortícolas, esta proposta tenta igualmente impedir o declínio no consumo destes produtos.

Menos de 18% das crianças com 11 anos ingere a quantidade diária recomendada pela OMS

 

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), deve-se consumir 400 gramas por dia de legumes e frutas, mas a realidade é que, na UE, o consumo per capita passou de cerca de 415 gramas, em 2000, para 380, em 2006. Caso esta tendência se mantenha, em 2010 estará nos 360 gramas.
Inquéritos realizados no âmbito do projecto comunitário Pro-Children, que analisa a alimentação das crianças entre os dez e os 12 anos e das suas mães em nove países, entre os quais Portugal, concluíram que, em média, apenas 17,6% das crianças com 11 anos come a quantidade diária recomendada pela OMS.
Esta percentagem varia entre os 7,8 e os 24,1%. Portugal e Áustria, com 265 gramas/dia, são os que apresentam os melhores resultados. Já a Espanha e a Islândia apresentam os piores, com uma média de 143 gramas de consumo diário.
Por último, os estudos do Pro-Children revelaram que, por norma, as raparigas comem mais frutas e legumes do que os rapazes.

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