Andreia Dias, fundadora da UKVet Move, vem a Portugal nos dias 14 e 15 de setembro para lecionar o curso ‘Viver e trabalhar no Reino Unido como médico veterinário’, que irá decorrer no Tivoli Oriente, em Lisboa. A VETERINÁRIA ATUAL colocou-lhe três perguntas sobre esta ação de formação e quis saber se o Reino Unido ainda é o El Dorado para os médicos veterinários portugueses.
1.O Reino Unido continua a ser um mercado apetecível para os médicos veterinários portugueses? Porquê?
O Reino Unido continua a ser um local de interesse para grande parte dos médicos veterinários portugueses que querem melhores condições de trabalho e avanço na carreira. Apesar das incertezas associadas ao Brexit, ainda é um dos países em que a barreira da língua é mais fácil de superar, para o qual é muito fácil de viajar, em que a nossa facilidade de adaptação e ética de trabalho são valorizados e em que é relativamente fácil entrar. É também particularmente atrativo para colegas que querem desenvolver-se um pouco mais em termos de carreira devido à casuística elevada, às formações pagas e aos sistemas de apoio a recém-licenciados, sendo que há colegas que preferem visitas temporárias para ganhar experiência e melhorar as suas condições financeiras e posteriormente regressar a Portugal com mais “bagagem”.
2. Quais são os pontos fortes deste curso?
Este curso foi pensado para os veterinários que estão a tomar a decisão de ir para fora ou que já a tomaram e iniciaram o seu caminho. É um curso muito interativo, com uma grande vertente prática, cujo objetivo principal é criar uma imagem realista daquilo que vai ser esperado dos colegas quando vão para fora e da vida que podem criar, para que o consigam fazer com sucesso. Um dos pontos fortes é a participação de um dos maiores empregadores de veterinários no Reino Unido, que abre uma porta direta para a entrada no mercado de trabalho.
3. Que tipo de veterinários procuram geralmente emprego no Reino Unido? Mais jovens, em busca de especialização?
A maior parte dos veterinários que surge com questões sobre ir para fora é tendencialmente mais novo, embora já com alguma experiência em Portugal. Há uma porção interessada em ganhar experiência a nível de especialização, ou pelo menos contacta-me com essa intenção, mas a maior parte tem interesse em encontrar melhores condições de trabalho e possibilidade de evolução na carreira, mesmo que tal não implique o caminho da especialização. São colegas que ainda se sentem inseguros quanto às suas capacidades, com muito para aprender, mas limitados relativamente àquilo que conseguem fazer onde estão. Colegas com mais experiência já têm mais facilidade em encontrar posições no Reino Unido e menos inseguranças quanto às suas capacidades, e têm tendência a surgir com questões relacionadas com a mudança no estilo de vida e não quanto ao emprego.