Segundo noticiou o “Público”, o autarca considera que este abate, o primeiro do género no concelho, veio servir de mote à necessidade de disciplinar a criação de animais em liberdade.
Entrevistado por aquele jornal, Pereira Júnior defendeu uma definição urgente dos «direitos e deveres dos criadores» e o licenciamento do exercício desta actividade. «Os animais podem andar em liberdade, desde que em áreas cercadas e não à solta nos montes, como agora», considerou.
De acordo com o mesmo responsável, há já vários anos que os proprietários de terrenos agrícolas no interior da APPCB se queixam ao verem «as suas culturas devastadas por estes animais criados em liberdade».
Além disso, Pereira Júnior criticou o facto destes garranos serem muitas vezes responsáveis por acidentes de viação, quando descem dos montes e atravessam as estradas, colocando em risco a segurança dos automobilistas e causando avultados prejuízos materiais nas viaturas. «Na hora de assumirem responsabilidades, os criadores nunca aparecem», afirmou.
Perante este clima de tensão entre as duas partes, o presidente do município viu-se, por diversas vezes, obrigado a alertar a Direcção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho (DRAEDM) e o Governo Civil de Viana do Castelo para a necessidade de disciplinar «o pastoreio» destes animais.<br>
Mas, «até agora nada foi feito para resolver a situação, nem tão-pouco para poderem ser imputadas responsabilidades quando há prejuízos», referiu.
Suspeitas recaem sobre vizinho
«No ano passado matou-me três potros e disse que ia acabar com os outros. Parece que cumpriu a ameaça», disse, ao “DN”, o proprietário dos dez garranos, avançando que não foi apresentada queixa por recear «mais represálias».
Segundo a família proprietária dos animais, na origem deste incidente deverá ter estado o facto dos cavalos invadirem terrenos, no monte do alegado suspeito.
«Os cavalos não fazem mal a ninguém, até fogem das pessoas e comem o pasto que ia arder nos incêndios. Se isto é uma zona protegida então não tem que ter animais selvagens?», questionou Miguel Araújo.
Quanto às investigações que estão a decorrer, fonte da GNR confirmou ao “DN” que «foram recolhidos indícios» nos dois locais onde os cavalos apareceram mortos, no limite entre os concelhos de Arcos de Valdevez e Paredes de Coura. Tudo aponta para um cenário de «premeditação», mas a GNR não adianta mais informações.