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Investigação

QI dos cães pode oferecer pistas para a demência em humanos

cão da raça border collie

A inteligência dos cães é estruturalmente comparável à dos humanos e pode ser medida de forma semelhante. A conclusão é de uma investigação recentemente publicada e que indica que o QI dos cães pode oferecer pistas para o estudo da demência humana.

O estudo, publicado na revista científica Intelligence, sugere que entender as capacidades cognitivas dos cães pode ajudar a perceber as causas da demência em humanos. Para chegar a esta conclusão, os responsáveis pelo estudo criaram um protótipo de teste de QI que foi aplicado a 68 cães da raça Border Collie.

Além de testar as capacidades de navegação dos cães, medindo o tempo que demoravam a encontrar comida escondida por detrás de vários obstáculos, o teste avaliou também se conseguiam diferenciar diferentes quantidades de alimento e se conseguiam seguir os gestos de mãos humanas, o que envolvia uma pessoa a apontar para um objeto.

De acordo com os investigadores, cada animal demorou pouco menos de uma hora a completar o teste, o mesmo tempo que habitualmente é preciso para que um humano complete um teste de QI.

Além disso é explicado pelos investigadores que quando o QI é testado em humanos, “a performance tende a ser semelhante de forma transversal em várias tarefas cognitivas; indivíduos que têm boas performances numa tarefa também têm boas performances noutras”, um padrão identificado também nos cães.

A isso soma-se o facto de os cães que realizaram as tarefas de forma mais rápida, foram também os que tiveram tendência para realizar as tarefas de forma mais precisa, o que, de acordo com os autores do estudo, indica que as habilidades de resolver problemas variam de cão para cão, assim como nos humanos.

De resto, os cientistas explicam que, “de modo geral, os humanos que são mais inteligentes tendem a ser mais saudáveis e a viver durante mais tempo.” “Por isso se, como o nosso estudo sugere, a inteligência dos cães é estruturada de forma semelhante à nossa, estudar uma espécie que não fuma, não bebe e não usa drogas e não tem diferenças em educação e rendimentos pode ajudar-nos a entender melhor esta ligação entre a inteligência e a saúde”, indicam.

A isso acresce o facto de “os cães são uma das poucas espécies animais que reproduzem muitas das características da demência, por isso, entender as suas capacidades cognitivas pode ser valioso para nos ajudar a compreender as causas da doença em humanos e possivelmente a testar tratamentos.”

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