Quantcast
Animais de companhia

Prescrição de antimicrobianos acontece maioritariamente por doença gastrointestinal

Prescrição de antimicrobianos acontece maioritariamente por doença gastrointestinal iStock

Uma equipa de investigadores do Reino Unido analisou o comportamento dos médicos veterinários relativamente à prescrição de antimicrobianos, tendo concluído que os antimicrobianos administrados por via sistémica são geralmente usados para tratar cães e gatos com doença gastrointestinal.

O objetivo do estudo passou por entender os fatores que influenciam à decisão dos médicos veterinários em prescrever antimicrobianos, especialmente os Highest Priority Critically Important Antimicrobials (HPCIAs), em casos gastrointestinais caninos e felinos.

 

O método utilizado para analisar o uso de antimicrobianos a nível populacional, combinou dados quantitativos e qualitativos dos registos eletrónicos veterinários.

Os investigadores enfatizam também a importância de prescrever antimicrobianos de forma prudente e responsável, especialmente aqueles que são considerados HPCIAs.

 

Resultados

Os antimicrobianos administrados por via sistémica foram prescritos em 29% das consultas gastrointestinais caninas e 22% das consultas felinas, sendo as HPCIA mais frequentes em gatos.

 

A presença de diarreia (hemorrágica ou não), a gravidade do caso e a duração dos sinais clínicos foram os fatores mais significativos e que mais influenciaram a probabilidade de prescrição de antimicrobianos por via sistémica em ambas as espécies.

“Os antimicrobianos administrados por via sistémica foram prescritos em 29% das consultas gastrointestinais caninas e 22% das consultas felinas”

 

A análise identificou também 10 temas que sustentam o raciocínio ou a tomada de decisão para a prescrição de antimicrobianos, tais como: a adesão por parte do animal/tutor, expectativas do tutor, perceção de risco de infeção, sinais clínicos, história clínica recente, perceção positiva de resposta prévia à terapia antimicrobiana, pacientes geriátricos e eutanásia, condições concomitantes, testes de diagnósticos e a tendência comportamental de testar a terapia antimicrobiana empiricamente em casos gastrointestinais. No entanto, não foi detetada nenhuma justificação explícita para a prescrição de antimicrobianos registada em 77% dos casos.

De acordo com os investigadores, a pressão de seleção associada ao uso de antimicrobianos é um dos mais importantes fatores responsáveis pelo aumento da resistência antimicrobiana. Assim, defendem existir a necessidade de uma abordagem interdisciplinar para preservar a eficácia antimicrobiana, o que requer a identificação de oportunidades para reduzir com segurança as prescrições de antimicrobianos.

Cães e gatos que apresentassem sinais de doença gastrointestinal foram frequentemente tratados sintomaticamente sem testes de diagnósticos específicos, sendo que esta abordagem empírica frequentemente incluía a prescrição de antimicrobianos como estratégia de tratamento. Apesar de alguns esforços para incentivar a utilização responsável de agentes antimicrobianos veterinários, os cientistas alertam para a necessidade de entender como essas políticas são realmente refletidas na prática.

O estudo analisou 23 337 registos eletrónicos de saúde, complementados com questionários preenchidos por médicos veterinários. Os dados foram recolhidos a partir de consultas.

 

Este site oferece conteúdo especializado. É profissional de saúde animal?