Um estudo levado a cabo por investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR) demonstrou que a contaminação cruzada de Staphylococcus aureus e de S. pseudintermedius em animais e pessoal médico-veterinário pode facilitar a propagação do fenótipo de multirresistência destas espécies bacterianas.
O estudo incidiu sobre as coinfecções de diferentes espécies de estafilococos multirresistentes e sobre a disseminação do seu caracter de multirresistência e isolou diferentes espécies de estafilococos coagulasa positivos através de amostras recolhidas junto de animais e veterinários e a partir de instrumentos utilizados nas clínicas veterinárias.
De acordo com os investigadores, as diferenças entre a morfologia das colónias nos meios de cultivo permitiu a identificação das espécies de estafilococos. Dos 23 animais incluídos no estudo, isolaram-se estafilococos coagulasa positivos em 15 deles, dos quais 12 demonstraram estar infetados por S. pseudintermedius.
Além disso, todos os veterinários dos quais se recolheram amostras obtiveram resultado positivo para estafilococos coagulasa positivos. Já nas análises de resistências a antibióticos, surgiram múltiplas células estaminais de multirresistentes, sobretudo de S. pseudintermedius.
Segundo os investigadores, a análise dos padrões de resistência aos antibióticos mostrou que existe contaminação cruzada e disseminação de S. aureus e S. pseudintermedius entre os tipos de hóspedes analisados (animais, veterinários e ferramentas/material clínico), o que pode facilitar a disseminação do fenótipo multirresistente destas bactérias.