iStock Um estudo realizado no Reino Unido destacou o impacto da poluição atmosférica na saúde dos animais de companhia, revelando que o aumento dos níveis de partículas finas (PM2,5) está igualmente relacionado com um aumento significativo nas visitas ao veterinário tanto para cães como para gatos.
A análise, baseada em dados de mais de sete milhões de consultas veterinárias num período de cinco anos, mostrou que os animais de companhia não estão isentos dos efeitos nocivos da poluição atmosférica, tendo ainda concluído que estes efeitos prejudiciais levam a um aumento das visitas ao veterinário por parte de cães, gatos e outros animais de companhia.
Os autores do estudo destacaram ainda que, ao reduzir os níveis de PM2,5 para um máximo de 5 µg/m³, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), poderiam ser evitadas até 80 mil visitas veterinárias por ano, o que representa uma redução de 0,4%.
A investigação realçou ainda que as partículas finas afetam, de forma semelhante, tanto os humanos como os animais de companhia, uma vez que partilham o mesmo ambiente, assim como as mesmas vias biológicas, o que os tornam vulneráveis a doenças associadas à poluição, desde problemas respiratórios a doenças cardiovasculares.
O estudo estimou também que um aumento de 1 µg/m³ na concentração média de PM2,5 ao longo de uma semana está intrinsecamente ligado ao aumento de 0,7% nas consultas veterinárias, sugerindo que não se trata apenas de uma questão de saúde pública humana, mas também de um fator-chave para o bem-estar animal.
Os investigadores salientam que estas conclusões abrem a porta a um debate mais alargado sobre o impacto da poluição atmosférica na saúde e bem-estar dos animais de companhia, assim como traz para cima da mesa o tema dos benefícios económicos e sociais da regulação da poluição no ar.
No futuro, os investigadores pretendem avaliar como o aumento das visitas veterinárias devido à poluição atmosférica está relacionado com alterações subsequentes na saúde dos animais, avançando que esta abordagem poderia apoiar na averiguação da vontade dos tutores em investir na saúde dos seus animais, proporcionando uma base mais sólida para incluir o bem-estar animal nas análises de custo-benefício das regulamentações ambientais.
