Vários países puseram em marcha nos últimos anos várias iniciativas legislativas que limitam ou proíbem a posse de algumas raças, com o objetivo de evitar agressões de cães a pessoas, mas este estudo sublinha que estas medidas não resolvem a questão.
A investigação incluiu a análise de 256 casos de agressões de cães a pessoas que deram origem a mortes entre 2000 e 2009 nos Estados Unidos da América. O objetivo era determinar quais os fatores que mais influenciaram os ataques.
Os investigadores compilaram informações divulgadas por meios de comunicação social e de relatórios policiais, obtendo uma análise descritiva de cada caso. As conclusões revelaram que a maior parte destas agressões que resultaram em mortes aconteceram porque não havia ninguém nas imediações que fosse capaz de controlar o cão. Em 85,2% dos caos o cão nunca tinha tido contacto prévio com a vítima e em 84,4% dos casos os cães não estavam castrados.
Além disso, em 198 agressões o problema que deu origem ao ataque foi o facto de a vítima não ter sabido interpretar os sinais de alarme por parte dos animais. Em 195 dos casos, os cães que atacaram não tinham contacto frequente com humanos e em 96 casos os proprietários não os tinham treinado. 54 dos cães que atacaram tinham um historial de abuso e abandono por parte dos seus antigos donos.
Os autores defendem que a raça não é um fator importante que influencie os ataques e sublinham que seria muito mais eficaz uma abordagem de análise multifatorial em vez de “uma redução simplista de impor legislações contra determinadas raças caninas”.