Profissionais de grandes hospitais, mas também de pequenas clínicas e consultórios veterinários juntaram-se em Paço de Arcos para assistir ao 5º encontro científico. “Tentamos todos os anos escolher oradores e temas de atualidade e com interesse na clínica diária. Temos colegas de vários tipos de clínica, desde grandes hospitais a pequenas clínicas e consultórios e optamos sempre por temas abrangentes que possam interessar os profissionais de ambos os locais”, referiu à VETERINÁRIA ATUAL, Jorge Cid, diretor clínico do HVR.
O tema escolhido para este ano foram as doenças infetocontagiosas, tendo como oradora convidada Maria Dolores Tabar, diplomada pelo Colégio Europeu. “É uma pessoa extremamente atual e que aborda estas temáticas de forma muito prática, de maneira a que as pessoas entendam a mensagem. Trazer um diplomado espanhol para debater esta temática é mais adequado à nossa realidade portuguesa. Muitas vezes, os americanos têm uma realidade ligeiramente diferente e mais distante neste tipo de doenças transmitidas por vetores, pelo que a experiência de uma diplomada espanhola tem outro tipo de interesse”, avança o responsável.
Maria Dolores Tabar abordou a questão da incidência das doenças infetocontagiosas, a importância da profilaxia e do respetivo tratamento, bem como a forma como se deve tentar que não haja propagação deste tipo de doenças.
Sofia Zamith, responsável pela unidade de Hemodiálise do HVR, fez uma apresentação sobre o tema: “Leptospirose – diagnóstico e tratamento”. Na sua opinião, “este é um tema muito importante sobretudo porque temos tido vários casos nos últimos anos. Associámos sempre a Leptospirose à doença hepática, mas temos vindo a perceber que a ligação é muito mais renal do que hepática”, referiu. É cada vez mais frequente a existência de casos bastante agressivos e em fases agudas. “Muitas vezes, a infeção aparece tão rapidamente que as complicações são imprevisíveis, como por exemplo a hemorragia pulmonar em que não podemos fazer nada, infelizmente. A grande parte dos colegas que estão nesta reunião referenciam-nos casos de cães e gatos com esta infeção pelo que tivemos como objetivo alertar para alguns pontos que nos parecem essenciais e que podem ajudar a fazer um diagnóstico mais precoce”, conclui.