De acordo com o jornal Público, os tubarões-elefante, ou Callorhinchus milii, vivem a profundidades de 200 a 500 metros nas águas das placas continentais do sul da Austrália e da Nova Zelândia e foram escolhidos por estes cientistas para serem estudados porque o seu genoma é relativamente compacto e tem um terço do tamanho do genoma humano.
Entre outras descobertas, os cientistas desvendaram que o sistema imunitário do tubarão-elefante é mais simples do que o de outros vertebrados e que está desprovido de linfócitos T, as células que são alvo do vírus da Sida e que anulam as defesas imunitárias dos seres humanos quando destruídas.
“É óbvio que os tubarões são capazes de lidar eficazmente com todo o tipo de infeções sem este tipo particular de células imunitárias”, refere Thomas Boehm, coautor do Instituto Max Planck de Friburgo, na Alemanha. “Isto sugere que a natureza consegue encontrar diferentes soluções para o mesmo problema.”
A análise genética a estes animais também permitiu identificar uma família de genes essenciais ao desenvolvimento ósseo, que todos os vertebrados possuem, mas os tubarões não. E quando os cientistas inativaram estes genes em peixes-zebra, pequenos peixes dotados de um esqueleto ósseo, estes animais não conseguiram calcificar a cartilagem para a transformar em osso. Os cientistas pensam que este resultado poderá permitir perceber melhor doenças como a osteoporose.