Segundo fonte da Fundação Alter Real, a coudelaria “tem de ser saneada financeiramente”. “Há problemas com fornecedores para o dia-a-dia e com pagamentos salariais dos 97 trabalhadores. Há cavalos por ferrar e alimentação de 500 animais em risco”. A fundação precisa de 1,3 milhões de euros por ano para funcionar, avança o Correio da Manhã.
O principal fornecedor de rações da Coudelaria de Alter do Chão garante que o abastecimento, para já, não está em risco. “Connosco está tudo regularizado. Fizemos um plano de acordo de pagamento que está a ser cumprido”, explica João Arruda, da Intacol.
A situação complicou-se desde dezembro com a saída da Fundação do presidente da Companhia das Lezírias, António de Sousa, que desde julho já tinha avisado o Ministério da Agricultura que iria tomar essa decisão. “Havia um plano de reestruturação, viabilidade e sustentabilidade da Fundação Alter Real que, quanto a mim, se tivesse sido posto em prática a situação não estaria onde está”, explica António de Sousa.
“O que está lá [na Coudelaria de Alter do Chão] à responsabilidade do Estado é o património genético da raça, que interessa manter e melhorar – e que têm tentado fazer, mas fazem-no sem meios. A outra função é fornecer reprodutores aos criadores, mas pouca gente ou ninguém os usa. As coudelarias do Estado entraram em grande decadência por falta de cuidado da tutela”, referiu o arquiteto Arsénio Raposo Cordeiro, vice-presidente da Associação Portuguesa do Cavalo Puro Sangue Lusitano.
Atualmente António Pimentel Saraiva é o presidente da Fundação Alter Real.