Os dois estudos em causa foram publicados na revista Science e avaliam o efeito de doses não-letais dos princípios ativos contidos no Cruiser sobre as abelhas. Um deles aponta que muitas não regressavam às colmeias, a níveis que poderiam colocar em risco a sobrevivência das colónias. O outro sublinha problemas no ritmo de crescimento das abelhas e na produção de rainhas.
A Syngenta já contestou o estudo, referindo que o produto já foi utilizado em três milhões de hectares “sem nenhum incidente” e que as investigações se basearam em doses de exposição irreais das abelhas ao pesticida.
Tanto a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, quanto o organismo francês homólogo (a Agência Nacional para a Segurança Sanitária, Alimentar, Ambiental e do Trabalho) afirmam também que as doses utilizadas experimentalmente são, para algumas abelhas, maiores do que aquelas a que os insetos estão sujeitos em termos reais.
A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar quer que se repitam as experiências com outros níveis de exposição das abelhas. No entanto, o Governo francês decidiu iniciar um processo de proibição do uso do Cruiser. O grupo Syngenta terá agora 15 dias para se pronunciar.