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Farmacêuticas abandonam investigação de antibióticos e antivirais

Genéricos “são essenciais” para garantir oferta de medicamentos veterinários, diz estudo

Depois da AstraZeneca, da Sanofi e da GlaxoSmithKline terem anunciado a revisão dos seus investimentos na investigação e desenvolvimento de antibióticos, a Novartis é a mais recente farmacêutica a anunciar que irá colocar um ponto final na sua aposta na área dos antibióticos e antivirais. De acordo com a Bloomberg, com as resistências aos antibióticos a evoluírem a um ritmo mais acelerado do que a capacidade destas companhias para oferecerem novos produtos ao mercado, a maioria das farmacêuticas estão a decidir abandonar uma área de negócio que começa a dar prejuízo.

A publicação refere que “as vendas de novos antibióticos são demasiado baixas para que as grandes farmacêuticas consigam recuperar os seus investimentos e as medidas públicas para encorajar maior atividade não estão a fazer mexer a agulha”.

 

A notícia da retirada destas grandes empresas farmacêuticas da luta por antibióticos eficazes surge depois de estas se terem comprometido, em 2016, durante o Fórum Económico Mundial, a combater a ameaça das bactérias resistentes aos antibacterianos. O Governo norte-americano prometeu subsídios de milhares de milhões de dólares para o desenvolvimento deste tipo de fármacos, contudo, os novos antibióticos parecem não estar a vender.

Segundo a Bloomberg, “apenas cinco dos 16 antibióticos de marcas aprovados desde 2000 até ao ano passado foram capazes de gerar vendas anuais de mais de 100 milhões de dólares”, uma gota ao pé dos biliões conseguidos pelos tratamentos para o cancro.

 

Para além de tudo isto, os custos de desenvolvimento de novos antibióticos estão a tornar-se cada vez mais avultados. Gabrielle Breugelmans, Diretora de Investigação da Access to Medicine Foundation, explica à publicação que dos cerca de 275 projetos de investigação que estão em curso nesta área, poderão surgir apenas dois ou três medicamentos.

De acordo com os especialistas ouvidos pela publicação, a resposta poderá passar pelo financiamento público do desenvolvimento deste tipo de fármacos. Um estudo recentemente publicado no Reino Unido revela que as bactérias resistentes aos antibióticos poderão matar cerca de 10 milhões de pessoas por ano já em 2050, um número que faz com que seja ainda mais urgente encontrar uma reposta eficaz.

 
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