Dos 5.700 licenciados das faculdades de Medicina Veterinária contactados, 2.800 responderam, sendo que 1.200 eram mulheres e, entre estas, foram registadas 1.355 gravidezes, 940 das quais ocorreram quando estavam a exercer a profissão.
O estudo – publicado na revista “Occupational and Environmental Medicine”, e desenvolvido por investigadores do Western Australian Institute for Medical Research, da University of Western Australia’s School of Population Health -, concluiu que as profissionais que realizaram cirurgias e estiveram expostas a gases anestésicos que não foram filtrados para a atmosfera, durante períodos iguais ou superiores a uma hora semanalmente, apresentavam um risco 2,5 vezes superior de sofrer um aborto.
Já as médicas veterinárias que recorrem a pesticidas durante a sua actividade profissional também apresentam o dobro das probabilidades de ocorrer um aborto. E aquelas que realizam mais de cinco radiografias por semana correm um risco cerca de 80% superior às que efectuam um menor número de procedimentos deste género.
Já quando os investigadores optaram por limitar a sua análise às profissionais que obtiveram as suas licenciaturas mais recentemente – entre 1980 e 2000 -, os resultados obtidos eram similares.
Os autores chamam a atenção para o facto de que as mulheres que se encontram em idade fértil «devem estar muito bem informadas sobre os possíveis efeitos a nível das radiações ionizantes, a ausência de filtragem para gases anestésicos e a exposição a pesticidas», aconselhando a que adoptem medidas de protecção quando estão a planear ter um filho ou durante a gravidez. Os investigadores sugerem ainda que toda a equipa que trabalha nestas áreas deve estar ciente dos riscos que corre e deve igualmente proteger-se.
Exposição a gases anestésicos e pesticidas duplica risco de aborto
As médicas veterinárias correm um risco acrescido de vir a sofrer de um aborto em resultado da exposição a gases anestésicos e pesticidas, sugere um estudo que teve como base um inquérito realizado a profissionais que estiveram envolvidas no projecto Riscos de Saúde dos Médicos Veterinários Australianos, realizado entre 1960 e 2000.