A investigação estudou o parasita Cryptosporidium e a transmissão entre espécies, nomeadamente humanos, animais domésticos e primatas. “Descobrimos que as pessoas estão a expor os chimpanzés do Gombe Stream National Park a algumas espécies de Cryptosporidium, o que pode contribuir para o declínio desta população de primata. Aparentemente existe uma troca do patogénico dos humanos para os animais”, refere Michele Parsons, uma das cientistas responsáveis pelo estudo.
O estudo revela ainda que alguns dos chimpanzés analisados estavam infetados com uma espécie de Cryptosporidium habitualmente presente em suínos. “Não existem porcos domesticados nesta região do parque, por isso acreditamos que a fonte da infeção são porcos selvagens que vivem na floresta”, explica a investigadora.
Michele Parsons explica no estudo que “no que toca a proteger espécies em perigo, o foco é normalmente limitado ao habitat e à prevenção da caça. Mas as doenças também interessam na conservação, e isto é uma mensagem relativamente nova. O nosso estudo mostra que se queremos manter estes chimpanzés no planeta temos que nos focar na propagação das doenças infeciosas.”