De acordo com o “BBC”, devido à crescente procura de carne mais acessível, muitos comerciantes aproveitam para vender a carne daqueles animais, alegando ser de vaca ou carneiro.
O chefe da corte criminal do Cairo, o juiz Farid Nasr, já exigiu punições mais severas, incluindo a pena de morte, para impedir este tipo de crimes. Actualmente, os condenados no Egipto podem ser condenados a até dez anos de prisão.
A reitora da Universidade de Ain Shams, Suhair Abdel-Aziz, também já solicitou a aplicação da pena de morte nestes casos.
Uma questão religiosa
Um dos casos que mais despertou a atenção para este problema no Egipto foi o de dois homens acusados de vender carne de animais como cães, burros, ovelhas e búfalos, alegando ser de vaca.
O método era simples: misturavam a carne com determinados condimentos, disfarçando o odor, confessaram.
Para além dos possíveis riscos para a saúde, a comercialização de carne ilegal viola as leis religiosas no Egipto, pois a religião muçulmana proíbe expressamente o consumo de carne de animais que também consomem carne, como o porco.
Uma vez que mais de metade de população egípcia vive abaixo ou perto da linha da pobreza, o país é considerado um dos mais afectados pelo recente aumento internacional dos preços dos alimentos.
De acordo com dados do Governo egípcio, nos últimos seis meses o preço dos alimentos aumentou 50%.
Aumento do preço dos alimentos estimula venda de carne ilegal no Egipto
O aumento do preços dos alimentos no Egipto tem vindo a conduzir a um aumento do número de casos de venda ilegal de carne de burro, cão e porco nas áreas mais pobres do Cairo, alertou a polícia local.