A marijuana medicinal já vale milhares de milhões de dólares no mercado dos Estados Unidos da América, com milhões de consumidores a recorrerem a esta forma de ‘terapia’ pelos mais diversos motivos. Legalizada em 29 estados do país, a indústria está apostada em voltar o foco para um novo alvo: os animais de estimação.
Os benefícios da canábis são reconhecidos: combate das dores, ansiedade, inflamações e até efeitos secundários de tratamentos oncológicos. Por tudo isto, nos últimos anos têm-se multiplicado as empresas dedicadas a este novo mercado, com dezenas de produtos derivados do canábis para animais de estimação a surgirem todos os meses.
De acordo com a France Presse, Alison Ettle, fundadora da Treat Well, uma empresa com sede na Califórnia, acredita que é possível crescer neste mercado cerca de 20% todos os meses. A empresa especializa-se em produtos de canábis não psicoativos tanto para humanos como para animais e revela que a procura não tem parado de crescer.
“Recebemos entre um e cinco pacientes com cancro por dia e os resultados que estamos a ver são impressionantes”, explica à agência noticiosa francesa. “Estamos a ver tumores a desaparecerem ou a diminuírem, estendendo a vida do animal”.
E apesar da substância continuar a ser considerada ilegal pelas autoridades federais dos EUA e as leis não preverem o seu consumo por animais de estimação, são cada vez mais os donos de animais de companhia que conseguem prescrições em seu nome para depois tratar os seus animais. Riscos?
Os médicos veterinários do país têm sido bastante vocais em relação ao tema, uma vez que uma receita utilizada de forma incorreta pode não só não ajudar o animal como ser até prejudicial.
De acordo com a ASPCA Animal Poison Control Center, desde 2009 que as denúncias de exposição de animais ao consumo de canábis nos EUA não têm parado de crescer, estimando-se um aumento de 50%. Entre estas denúncias contam-se casos de cães e gatos que foram levados para clínicas e hospitais veterinários em estado grave.
Por tudo isto, a associação tem vindo a reforçar a sua comunicação em relação ao tema, lembrando que “apesar da tendência de legalização em muitos estados [dos EUA] fazer com a canábis esteja mais disponível em muitos lares, continua a ser altamente tóxica para animais”.