Quer isto dizer que 25% dos animais não têm assistência médica veterinária. A grande maioria dos donos utiliza ectoparasitários com pouca frequência abrindo caminho a resultados deficientes e contribuindo para a disseminação dos parasitas, bem como a transmissão de doenças vectoriais.
«Infelizmente em Portugal continua a fazer-se mais tratamento e menos prevenção. Apesar da maioria dos donos dizer que faz prevenção e ter até consciência da perigosidade que constituem os parasitas externos, ainda existe um valor elevado que só o faz demasiado tarde, ou seja quando vê os parasitas nos animais. Este é um cenário que tem de ser alterado, uma vez que actualmente já existem produtos com propriedades repelentes e acaricidas eficazes à disposição de todos, que permitem proteger animais e o Homem durante os períodos de risco», explica Claúdio Mendão da Divisão Saúde Animal da Bayer HealthCare, em comunicado.
Em Portugal regista-se um reduzido consumo de produtos ectoparasitários, por comparação aos restantes países da União Europeia. Os donos portugueses gastam em média uma unidade desparasitante por animal, quando deveriam gastar duas ou mais.
A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 62 % das patologias humanas sejam transmitidas por animais (devido aos hábitos alimentares, maior contacto com os animais, maior mobilidade de animais e pessoas, etc.). Em Portugal estima-se que todos os anos surjam 50 novos casos de leishmaniose na variante humana e existam 9,8 casos de febre da carraça por cada 100 mil habitantes.
A prevenção é cada vez mais um aspecto essencial na medicina veterinária. O papel do médico veterinário, ao elucidar os donos dos animais de companhia das doenças e riscos das mesmas, bem como de recomendar a utilização regular de produtos com actividade repelente e acaricida é pois fundamental e cada vez mais necessário.