Esta descoberta permite aos detentores terem “um aviso prévio de convulsões”, além de ajudar a identificar possíveis fatores desencadeadores das convulsões, incluindo fatores ambientais e outras circunstâncias específicas, que podem ser evitados para ajudar a reduzir o número de manifestações.
A investigação foi desenvolvida por Sarah Finnegan, em conjunto com uma equipa multidisciplinar de neurologistas, comportamentalistas e biólogos, no Royal Veterinary College (RVC), no Reino Unido. A pesquisa concluiu que quase dois terços (65%) dos detentores relataram alterações pré-convulsivas no cão, que o cão fica mais carente, com excesso de energia e sono instável. Estes sinais variavam entre os cães, com outras alterações comuns, incluindo estarem mais desajeitados, excessivamente ofegantes, retraídos ou mais quietos e com falta de energia.
Além disso, 43% dos detentores relataram fatores que desencadeiam as convulsões, geralmente relacionados com o stresse, comida e excitação.
Foram também identificados outros estímulos, como ruídos fortes, fogo de artifício, tempestades, produtos domésticos (produtos de limpeza e ambientadores) e cuidados de saúde preventivos, incluindo produtos contra pulgas e vermes e vacinas.
Mais de metade dos proprietários (60%) acreditavam ser capazes de prever uma convulsão através da identificação de uma combinação de alterações comportamentais e do reconhecimento dos fatores desencadeadores. Quase metade destes detentores conseguiram fazê-lo com 30 minutos de antecedência à ocorrência da convulsão.
As descobertas são importantes para ajudar a identificar formas de prever convulsões futuras e melhorar a gestão.
“Foi fascinante descobrir como muitos donos de cães com epilepsia estão em sintonia com as mudanças subtis no comportamento dos seus cães antes das convulsões. Muitas das nossas descobertas ressoam o que é visto em pacientes com epilepsia humana e acrescentam provas para apoiar a presença de períodos de pré-convulsões em cães, bem como em pessoas. A recolha de dados objetivos para confirmar estas descobertas e explorar formas de utilizar pró-ativamente este período para o controlo das convulsões são uma prioridade para pesquisas futuras”, explica Rowena Packer, líder de investigação em epilepsia canina no RVC.
“O estudo destaca como é crucial que os detentores de cães com epilepsia mantenham bons registos, não só das convulsões, mas também das mudanças de comportamento e exposição a potenciais desencadeadores, para obterem uma melhor imagem dos padrões das convulsões dos seus cães. A aplicação RVC Pet Epilepsy Tracker permite que os proprietários mantenham registos, que podem ser partilhados eletronicamente com seu veterinário e com o RVC para pesquisas adicionais”, conclui.