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Doenças gastrointestinais crónicas: A evidência para as soluções de 1ª linha

No novo episódio do Podcast da Veterinária Atual, os olhos estão postos nas doenças gastrointestinais crónicas. Fazemos um balanço da sua evolução terapêutica, particularmente no tratamento de 1ª linha, analisando os meios mais recentes e inovadores, os casos que são passíveis de referenciação, assim como o papel da nutrição e probióticos nestas condições.

À conversa tivemos Rodolfo Oliveira Leal, médico veterinário internista e responsável pelo serviço de Medicina Interna do Hospital Escolar Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa; e Carolina Bartolomeu, advocacy vet channel manager da Purina e gestora da marca Pro Plan Veterinary Diets. Deixamos-lhe as primeiras considerações do episódio.

 

Rodolfo Oliveira Leal começou por mencionar as causas das gastroenterites crónicas, que se dividem em extra digestivas e digestivas. “As primeiras estão relacionadas com doenças fora do aparelho digestivo, mas que são passíveis de induzir vómito ou diarreia, como as hepatopatias ou doença renal e doenças endócrinas – hipertiroidismo no caso do gato, assim como a doença de addsison no cão.” No entanto, são as causas digestivas – ligadas ao trato intestinal – que ocupam o grande grosso da casuística. As principais são as responsivas à dieta. De acordo com o médico veterinário, “70% das diarreias crónicas em cães respondem à transição para uma dieta hidrolisada”. Neste circuito, surgem ainda “os casos de disbiose e aqueles que respondem aos imunomoduladores – similar à doença de crohn no homem –, aquilo a que chamamos de Inflammatory Bowel Disease (IBD) e depois ainda os casos refratários”.

Transição de dieta: A abordagem de primeira linha

 

Os exames complementares de diagnóstico fazem parte do processo e da investigação, mas, na perspetiva de Rodolfo Oliveira Leal, na maioria das vezes, o primeiro ato é o da transição da dieta hidrolisada e hipoalergénica. “Se o animal apresentar um excelente estado geral físico com diarreia crónica, a transição de dieta é mais importante do que a investigação com exames complementares complexos”, revela.

Ainda assim, existem casos em que a investigação se torna recomendável e, nesse quadro, devem iniciar-se as clássicas análises de hematologia, bioquímicas e de urina para excluir as tais causas extra digestivas que podem também induzir em diarreia e vómito. Os doseamentos hormonais podem ser incluídos neste circuito, “como é o caso do exame da T4 total, para excluir hipertiroidismo nos gatos mais velhos, e do cortisol basal, para excluir a doença de addison nos cães, assim como os biomarcadores do pâncreas para eliminar as hipóteses de pancreatite”.

 

Ouça o podcast na íntegra aqui.

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